24/10/2014

Drácula - A História Nunca Contada

Boa pedida pra noite de hoje. Estreou ontem.



Os habitantes da Transilvânia sempre foram inimigos dos turcos, com quem tiveram batalhas épicas.

Para evitar que sua população fosse massacrada, o rei local aceitou entregar aos turcos centenas de crianças. Entre elas estava seu próprio filho, Vlad Tepes (Luke Evans), que aprendeu com os turcos a arte de guerrear.

Logo Vlad ganhou fama pela ferocidade nas batalhas e também por empalar os derrotados. De volta à Transilvânia, onde é nomeado príncipe, ele governa em paz por 10 anos. Só que o rei Mehmed (Dominic Cooper) mais uma vez exige que 100 crianças sejam entregues aos turcos.

Vlad se recusa e, com isso, inicia uma nova guerra. Para vencê-la, ele recorre a um ser das trevas (Charles Dance) que vive pela região.

Após beber o sangue dele, Vlad se torna um vampiro e ganha poderes sobre humanos.

23/10/2014

'O que os eleitores agressivos de Dilma e Aécio têm em comum?'


Bem que a tecla SAP do controle remoto - abreviação do inglês Second Audio Program (Segundo Áudio do Programa), que permite que você ouça o áudio original de um programa dublado – poderia ser usada para desmascarar falsos discursos nesta eleição.

Só assim, talvez, poderíamos captar os verdadeiros preconceitos, frustrações, interesses pessoais ou corporativistas disfarçados de disputas ideológicas agressivas poucos dias do segundo turno.

Discursos, diga-se de passagem, de gente bem informada, com curso superior, pós-graduação, mas sem vergonha de defender teses em redes sociais que poderiam ser desmontadas por qualquer criança.

Exagero?

Comecemos, então, pelo recorrente tema da corrupção.

Para uma boa parcela de militantes do PT, os casos de corrupção na Petrobras, entre vários outros que se arrastam, aparecem sempre como armações da oposição ou da mídia golpista. Ainda que a mídia tenha lado, nem os Meus Queridos Pôneis seriam ingênuos a ponto de ignorar os esquemas de pagamentos de propina, compra de votos e aparelhamento de vários órgãos do Estado nos últimos 12 anos.

Já para boa parte dos eleitores de Aécio, os casos de corrupção em Minas (o tal mensalão mineiro, envolvendo o governador tucano Eduardo Azeredo) não passam de um problema pontual, menor. Tampouco parece haver qualquer registro histórico das negociatas para a aprovação do projeto da reeleição de FHC, que mudou as regras do jogo para beneficiar um dos times no meio da partida.

E na Economia?

Qual petista reconhece que foi o tucano Henrique Meirelles, no comando do Banco Central, um dos maiores responsáveis pelo colchão de reservas internacionais (hoje acima de US$ 370 bilhões) que impediu que o Brasil fosse a nocaute a qualquer abalo no mercado de um país vizinho? Alguém recorda dos ataques que o PT fez a esse tipo de política - acusada por militantes de ser um desvio de recursos da Saúde e da Educação para alimentar o mercado financeiro internacional?

Por que, por outro lado, uma grande parcela de tucanos insiste em ignorar o impacto positivo que as políticas de reajuste do salário mínimo trouxeram para o mercado interno – enquanto em governos passados, qualquer reajuste no mínimo era encarado como um tabu macroeconômico?

Enfim, Aécio, Dilma, Lula ou FHC são diferentes, é claro, mas sabem, no íntimo, que diferenças ideológicas não encobrem fatos. Em período eleitoral, contudo, parece que vale mais seguir o comando dos marqueteiros e jogar para as respectivas torcidas.

Como as torcidas são mais movidas por paixão do que pela razão, o debate entre diferentes projetos do Brasil é engolido por esse bate-boca de botequim quase sempre inflamado por pessoas com expectativas de ganhos diretos via a eleição de um dos candidatos.

De um lado, há pretensos ideólogos de esquerda da classe média que pregam o fortalecimento do Estado – quando na verdade, se acionarmos a tecla SAP, estão mais preocupados com o fortalecimento de seus vencimentos, estabilidade e aposentadoria na carreira pública.

Do outro, há pretensos liberais que falam em meritocracia, mas reclamam ostensivamente de reajustes de R$ 50 no salário de quem lava e passa as cuecas dos filhos – que, em geral, só aprendem o valor do trabalho manual em viagens de intercâmbio no exterior.

De certa forma, esse acirramento no tom da disputa, principalmente na classe média, revela como o Brasil, após mais de 60 anos, ainda parece preso pelo embate entre o corporativismo getulista e pelo conservadorismo lacerdista. Embate que terminou provocando o suicídio de Getúlio em 1954 e, dez anos mais tarde, o Golpe Militar - que não poupou nem o próprio Lacerda, cassado pelo movimento que apoiou.

Uma lição amarga para aqueles que acreditam que, quanto mais virulento for o embate, melhor.

Enquanto ânimos se exaltam entre tucanos e petistas e amizades são desfeitas em uma das campanhas mais acirradas dos últimos anos, os soldados de ambos os lados podem ter, ao menos, uma certeza em comum: ganhe quem ganhar, o PMDB deve continuar governando em parceria – de preferência, sem fazer muito barulho – boa parte do Brasil.

Inspiração


22/10/2014

Pink Floyd anuncia fim após último álbum

'É triste, mas é o fim', disse o guitarrista David Gilmour em entrevista à BBC. Banda vendeu mais de 250 milhões de discos no mundo todo desde 1965.

O novo álbum do Pink Floyd, que chega às lojas em 10 de novembro, será o último desse lendário grupo de rock britânico - garantiu nesta quinta-feira (9) o guitarrista David Gilmour.

"É triste, mas é o fim", assegurou David Gilmour, em entrevista à rede BBC. Aos 68 anos, o guitarrista reconhece que os membros da banda envelhecem e, sobretudo, que não têm outros projetos. O tecladista e membro fundador do grupo Richard Wight, que escreveu, ou coescreveu 12 das 18 canções do novo CD, 'The Endless River', faleceu em 2008.

"Esse é o último que vamos fazer juntos. Estou bastante certo de que não haverá continuação depois disso", frisou David.

Desde seu início, em 1965, o Pink Floyd vendeu mais de 250 milhões de discos no mundo todo, como os clássicos 'Dark Side Of The Moon' e 'Wish You Were Here'.

O ex-líder do grupo Roger Waters, que deixou os companheiros em 1985, não trabalhou no novo álbum.

17/10/2014

Divulgadas as primeiras imagens do curta Feast, da Disney


A Walt Disney Animation Studios revelou um vídeo especial com as primeiras imagens do seu novo curta, Feast, que irá estrear nos cinemas antes das exibições de Operação Big Hero 6 em 25 de dezembro de 2014.

Feast é dirigido pelo estreante Patrick Osborne (supervisor de animação de O Avião de Papel). O filme conta a história de amor de um homem através do olhos do seu melhor amigo, um cãozinho chamado Winston. O título do curta, "Feast" (Banquete), faz referência às inúmeras vezes que o cachorrinho come ao longo da animação.

Vale lembrar que, em parceria com a Pixar, a Disney irá lançar também o curta Lava, que chegará aos cinemas junto com Divertida Mente, em 2 de julho de 2015.

Confira o teaser de Feast:


16/10/2014

Porque a classe média brasileira está dividida nesta eleição?

A classe média brasileira tradicional foi fortemente afetada pelas mudanças que reduziram a desigualdade e levaram à mobilidade no mercado de trabalho.


Em um artigo publicado na última sexta feira, o diretor do DataFolha Mauro Paulino chama a atenção para a divisão da classe média brasileira expressa na última pesquisa do Instituto. Para mostrar melhor o fenômeno, ele dividiu a classe média em três grupos: alta, intermediária e baixa. O candidato Aécio Neves vence com 67% dos votos na classe média alta e Dilma Rousseff vence nas outros dois segmentos com 52% e 53% respectivamente. Vale a pena fazer uma análise qualitativa destes resultados para entendermos melhor os dilemas da classe média brasileira nesta eleição.

O Brasil sempre teve uma classe média atípica se tomamos com padrão a classe média dos países desenvolvidos. O motivo desta atipicidade reside no fato da classe média brasileira usufruir de dois elementos de natureza contraditória: de um lado, ela usufrui intensamente dos bens de consumo duráveis e não duráveis, carros, eletrodomésticos e outros produtos eletrônicos que constituem parte integrante do padrão de consumo de qualquer classe média nos países desenvolvidos. De outro lado, nós temos uma classe média que, até pouco tempo atrás, ainda usufruía de uma abundância de mão de obra barata gerada pelo nosso processo de colonização e por uma urbanização atípica.

Assim, a mesma classe média que usufrui de carros e máquinas tinha acesso a serviços que a classe média europeia deixou de ter depois da primeira guerra mundial e que a americana nunca teve. Até o recente boom econômico da última década tínhamos uma classe média atípica com acesso fácil a um mercado de saúde e educação privada, todos estes fatores propiciados por uma desigualdade no nível de educação e consequentemente no valor do trabalho nestes setores.

O forte crescimento econômico dos últimos anos foi provocado como sabemos por três fatores complementares: um programa de transferência de renda, o bolsa família, aumentos reais importantes do salário mínimo e um aquecimento do mercado de trabalho na área de serviços que aumentou os ganhos reais do setor informal da economia. Todos estes fatores diferenciaram a classe média e os seus diferentes setores. Todos estes fatores ajudaram a criar aquilo que é denominado de nova classe média, isto é, um contingente de aproximadamente 50% da população brasileira que tem renda familiar entre 1.000 e 4.000 reais.

Este segmento mudou a sociedade brasileira e quando pensamos no impacto político deste fenômeno, percebemos que muito pouca gente na sociedade brasileira o critica. A sociedade brasileira como um todo parece se orgulhar da queda da desigualdade e do acesso a bens de consumo duráveis por um novo contingente de brasileiros. No entanto, como iremos mostrar abaixo este fenômeno alterou a relação entre a classe média baixa e alta e teve forte impacto político que está se manifestando nesta eleição.

A classe média brasileira tradicional também chamada de alta foi fortemente afetada pelas mudanças que reduziram a desigualdade e levaram à mobilidade no mercado de trabalho. Como ela é, diferentemente da classe média nos Estados Unidas e na Europa, forte consumidora de serviços domésticos, ela foi afetada pelas mudanças no mercado de trabalho destes serviços. A inflação do setor de serviços subiu mais 104% entre 2004 e 2014 e afetou especialmente este setor da classe média. Ao mesmo tempo, a explosão dos preços com alimentação também provocou um forte estrago no orçamento deste setor. Mas, não vamos tapar o sol com a peneira. A classe média tradicional no Brasil também se viu afetada por uma questão de status. Ao mesmo tempo, que ela se vê pressionada pelo aumento dos preços no setor de serviços ela se vê cada vez mais distante da chamada classe alta que manteve o seu padrão de consumo. Ao mesmo tempo, ela se aproxima da nova classe média que é uma forte consumidora dos serviços públicos de saúde e educação.

Não é difícil ver que este é o fenômeno fundamental que está por trás da forte mudança de postura da chamada classe média alta na política brasileira. É ela que está por trás da forte rejeição ao PT e ao governo Dilma no estado de São Paulo e nas principais capitais do Sudeste e da região Sul que são os lugares onde a classe média alta predomina. Esta rejeição tem dois discursos, um deles sutil e um deles nem tanto sutil. O sútil é um discurso onde muitas vezes transpira levemente o preconceito contra o Nordeste ou contra as pessoas que andam de avião ou compram um carro pela primeira vez. A versão menos sútil investe contra os mais pobres, os programas de transferência de renda e os novos setores incluídos da população brasileira.

Neste momento do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, não é possível saber se este discurso vai prevalecer. A única coisa que é possível dizer é que ele é um discurso profundamente anti-moderno e que mesmo um candidato conservador como Aécio Neves não poderá girar a roda da inclusão social para trás. Acabou o período em que a classe média brasileira tinha acesso a serviços baratos, produzidos por um exército de excluídos. O que está colocado para a classe média brasileira é se contentar com os benefício que um país mais igual pode gerar e que não são poucos. Nesta nova condição, a luta por serviços públicos de qualidade produzidos por um setor público produtivo e bem remunerado é o que está em jogo. Aqueles que votam em Aécio Neves buscando uma volta ao passado baseada em um pseudo-status rapidamente irão perceber que tal status é impossível de existir no Brasil atual.

15/10/2014

Paul McCartney anuncia datas de shows no Brasil em novembro


Quem vamos?

Ele toca dias 10, 23 e 25, em Vitória, Brasília e São Paulo.

Do G1, em São Paulo



Paul McCartney anunciou nesta segunda-feira (13), em seu site oficial, que fará três shows no Brasil em novembro. As apresentações do ex-Beatle estão marcadas para os dias 10, 23 e 25 do mês que vem, em Cariacica, Brasília e São Paulo, respectivamente. Em SP, o show será no Allianz Parque; em Brasília, no Estádio Nacional; e, em Vitória, no Estádio Kléber Andrade.

Em SP e em Brasília, os ingressos custam entre R$ 110 (meia, cadeira superior) e R$ 700 (pista premium). Para a capital paulista, as vendas acontecem a partir desta sexta-feira (17) pelo site www.tudus.com.br. Em Brasília, as vendas começam em 22 de outubro. No ES, os ingressos custam de R$ 140 a R$ 800, segundo a produção do evento.

Haverá pré-venda para os fãs cadastrados no site oficial do artista. Os fãs podem comprar ingressos nesta terça (14), a partir das 10h, no Espírito Santo; na quinta (16), a partir das 6h, em São Paulo; e, na próxima terça (21), em Brasília.

McCartney traz ao país a turnê "Out there!", em que apresenta clássicos dos Beatles e dos Wings, além de sucessos da carreira solo e canções do disco "New" (2013). Esta será a primeira vez que o músico vai tocar no Espírito Santo. Ele tocou em oito estados brasileiros nos últimos quatro anos, nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste.

13/10/2014

Só digo o seguinte:


... tenho MUITOS problemas com o governo Dilma e sou oposição - mas todas as coisas que odeio no governo dela são coisas que sei que o PSDB vai fazer igual ou pior, por exemplo: o tipo de postura do governo em relação ao custo humano e ambiental da Belo Monte, o descaso com a periferia, as alianças com partidos como o PMDB e os velhos coronéis da política, o nepotismo e o desvio de verbas destinadas a programas de base, o alinhamento com a crescente bancada evangélica e a falta de compromisso com a luta contra a homofobia.

Por outro lado, as coisas que considero benéficas serão certamente descontinuadas - como a política externa do Brasil, único ponto de 12 anos de governo petista que eu não tenho críticas a fazer (e não por falta de informação, ao contrário, desde que estudei ciências políticas internacionais tenho pesquisado e acompanhado a trajetória brasileira com muito interesse), o investimento em setores públicos, ESPECIALMENTE educação (área na qual trabalho), e a abordagem econômica voltada para o empoderamento das classes sociais mais marginais, que, ao meu ver, tem funcionado melhor do que as medidas austeras adotadas aqui ou em outros países próximos.

Ainda cabe aí a questão, ao comparar dois candidatos, de observar uma trajetória, e como minorias sociais tem sido tratadas por esses dois políticos e seus partidos. O partido de Dilma infelizmente amarelou e votou contra o polêmico Kit Gay.... mas o PSDB também. E, mais além, Dilma e seu partido NUNCA defenderam a diminuição da maioridade penal, por exemplo, em nenhum momento de sua trajetória política, coisa que Aécio já revelou que não abrirá mão de fazer.

Então eleger Dilma trata-se, para mim, de um voto extremamente lúcido e bem-informado. Quero mudança - mas só se for pra melhor. Votar contra o PT para colocar um partido qualquer é extremamente irresponsável, pra não dizer outra coisa. Voto no PT, voto consciente, e espero que no futuro possa ter uma oposição mais interessante e decente para disputar meu voto.

11/10/2014

Será que voltaremos à estaca zero?




Eu até entendo quando ouço um rico proprietário defendendo o voto no Aécio. É da natureza humana defender o seu quadrado, garantir os seus interesses. Sei o que está por trás do seu apoio, especulo suas reais intenções. Sei que para ele é inconcebível ter que diminuir seu lucro aumentando o salário mínimo ano após ano, ter que gastar para garantir mínimas condições de trabalho ou não conseguirá reter mão de obra. Peão tendo opção? Absurdo.

Entendo também as dondocas esnobes, que odeiam a crescente dificuldade de encontrar escravas domésticas, dispostas a se sujeitar 24h por dia aos seus caprichos, em troca de qualquer migalha. Odeiam ter que dar férias, pagar FGTS, INSS e salário mínimo para ter uma empregada doméstica. Abominam o fato de que suas ex-escravas têm direitos trabalhistas, que registrem ponto e - pasmem! - recebam pelas horas extras! Sem falar no grande sacrilégio de terem que conviver com essa gente diferenciada nos aviões e aeroportos. O jardim do Éden foi invadido.

Mas não entendo quando vejo a população recém promovida a classe média nesse alvoroço de ˜Fora PT˜.

Não me diga que é pela corrupção, pois esta sempre existiu e sempre existirá em tudo que for humano. As mamatas do PSDB não são menores que as do PT e demais partidos, os casos da privatização da Vale e do metrô de São Paulo são só pequenos exemplos. Pior, a grande maioria dessas pessoas que brada não suportar mais corrupção usufrui dela no seu cotidiano - falsifica carteira de estudante, dá propina ao agente de trânsito, sonega imposto de renda, etc. Pelo menos os malfeitos no atual governo estão sendo investigados, expostos e punidos. Coisa que não acontecia antes.

Não venha me falar em golpe comunista, porque não há nenhuma espécie de ameaça à propriedade privada no Brasil. Nem balela de Porto de Cuba - se um país sofre bloqueio comercial de um, compra de outro. Quem investe nessa situação amplia seu alcance comercial e político. E o comércio não está nem aí para ideologias, nem na China nem na Rússia tive dificuldades para encontrar Starbucks e McDonalds. Foi uma boa aposta? Só o tempo dirá, mas todos os governos erram e acertam.

E não, o BNDES não distribui dinheiro, ele empresta e recebe de volta. Nem os bancos públicos estão quebrados, muito pelo contrário, fomentam o crescimento, dão lucros maiores ano após ano, obrigam os bancos privados a diminuírem suas taxas, incentivam o crédito quando os especuladores fecham as torneiras. E incomodam os bancos privados, muito. A Caixa está no calcanhar do Bradesco para tomar seu 3o lugar entre as instituições brasileiras, e isso incomoda bastante.

Não aceito essa balela de “precisamos de alternância no poder”. PSDB por 24 anos sucateado São Paulo pode, PT por 12 anos não pode. Aos paulistas, estou pouco me lixando: sofram da Síndrome de Estocolmo à vontade, abraçados aos seus algozes no cativeiro. Só não me venham com seu discurso preconceituoso e cheio de ódio, com essa filosofia barata. Quem elege Marcos Feliciano com votação recorde não tem direito de criticar o voto de ninguém.

Aí falam que quem vota na Dilma vota por ignorância. Certamente é por isso que temos 95% dos reitores das Universidades Federais apoiando-a. Gente muito ignorante, claro.

Mas o que eu não entendo mesmo é como essa recém promovida classe média perdeu a capacidade de lembrar. Porque eu lembro.

Lembro que 10 anos atrás era muito difícil alguém que não fosse de família abastada fazer uma faculdade. Hoje, com toda sinceridade, não conheço uma única pessoa que diga que quer fazer um curso superior e não tem oportunidade. Seja através do FIES, seja através da expansão das universidades federais. Só em Alagoas, nos últimos anos, a UFAL ganhou campi em todas as regiões do estado. Nunca vi tantos estudantes e pesquisadores ganhando bolsas para desenvolver seu trabalho. Conheço pessoalmente pelo menos 5 pessoas que estão em grandes universidades do mundo pelo Ciências sem Fronteiras - e se você está num desses programas mas não está estudando, sinto muito, o corrupto é você.

Lembro que 10 anos atrás nunca tinha ouvido falar num casal em que cada um ganhasse um salário mínimo tivesse conseguido financiar sua casa própria, pagando uma prestação aceitável e sabendo que conseguiriam chegar até o final. Hoje vejo isso todos os dias.

Lembro como era absurda a ideia de viajar de avião. Fui a São Paulo a primeira vez de ônibus, dois dias na estrada. E entrei num avião pela primeira vez com 25 anos. Felizmente, depois disso não parei mais, meus amigos são testemunhas. Pude viajar pelo mundo, e encontrar tantos brasileiros viajando pelo mundo também, em quantidades prodigiosas. E perceber que tantos outros brasileiros, que tinham migrado, estavam voltando para casa, em número inédito.

Falam que a situação está ruim, que vai tudo desabar, que está tudo uma desgraça. Mas o que vejo são as pessoas trabalhando, estudando, produzindo, melhorando de vida, deixando de passar fome, deixando de sofrer humilhações, ganhando cidadania, pouco a pouco aprendendo que podem e merecem mais.

Sei o que está por trás do mimimi das elites, mas é uma pena ver que esses trabalhadores que melhoraram de vida esqueceram tão rápido de onde vieram e por onde passaram. E, caso apoiem e elejam o Aécio, vão pagar um preço alto por isso: voltar para a estaca zero.

10/10/2014

O ano em que minha família saiu de férias


Escrevo aqui as minhas lembranças de um ano que explicam todo o meu sentimento. Nunca entendi porque as eleições me abalam tanto. Hoje, começo a compreender o porquê.

Sou caçula de uma família, com um irmão imprensado e uma irmã primogênita. Pai, caixa do Banco do Brasil e mãe, dona de casa.

Sempre tivemos uma vida modesta. Morando em lugares pequenos, comprando Tvs, videocassetes e sons por meio de consórcios. Até que um dia conquistamos uma casa própria comprada com o FGTS do meu pai na cidade de Barbalha-CE. Uma casa boa, ideal para nós: três quartos.

Com muito esforço, meu pai financiou um apartamento em João Pessoa em 1995 onde minha irmã foi morar dividindo as despesas diárias com amigas e uma prima.

Eu fazia 8ª série, meu irmão 1º ano. Os planos eram, no ano seguinte meu irmão iria morar com minha irmã e eu ficaria mais um ano com meus pais.

E veio o PDV – Pedido de Demissão Voluntária – do governo de Fernando Henrique Cardoso. O discurso era que os caixas eletrônicos substituiriam os funcionários.

Tento agora resgatar os fatos cuja memória foi bloqueada mas que a dor ficou guardada. Tinha recém-completos 14 anos, soube que meu pai havia sido sorteado e que portanto ele teria que ou pedir demissão ou pedir transferência. Havia um prazo para isso. Não sei ao certo o que aconteceria se o prazo estourasse. Notícias vinham de suicídio de colegas de banco, e de funcionários que tinham sido transferidos para longe de suas famílias. História mais tristes que a minha, das quais não tenho competência para narrar.

Durante dois meses meu pai trazia listas de cidades com vagas... Pará, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins... Cada lugar mais longe do que o outro. Toda nossa família morando no interior no Crato-CE, inclusive minhas duas avós. E ele lia aquelas listas, eu espiava. Brochuras de companhias de mudanças chegavam aos montes na minha casa. Uma dor que lentamente era injetada em mim. Imperceptível. Meu pai sempre tranquilo, relutava em ir para o sul por causa do frio e da sinusite de minha mãe. E por causa da saudades, porque para ele, o Crato sempre foi o seu coração.

Eu manuseava aqueles papeis e lembro que tínhamos um prazo. Meus pais tentaram ao máximo nos proteger do que ocorria. Minha irmã estava longe. Porém, eu e meu irmão estávamos lá. E até hoje não sei a dor dele, nunca falamos sobre isso. Acho que ele carrega ainda mais do que eu as marcas do que aconteceu. Eu hoje vejo que não entendia bem o que se passava, nem como aquela desumanização de uma família iria ficar gravada no meu peito.

Um dia antes do prazo estourar e irmos morar em São José dos Pinhais no Paraná, meu pai conseguiu uma vaga em Conceição-PB... A mudanças foi feita rapidamente, eu fui morar na casa da minha tia em Barbalha, meu irmão na casa da minha avó no Crato, meus pais em Conceição, minha irmã e m João Pessoa.

E minha mãe, a dona de casa se viu numa cidade minúscula, sem os filhos, com o marido trabalhando o dia todo. Sozinha. Ela dizia estar ótimo lá, cheio de amigos, mas não era verdade. Ela ficava só. Até hoje digo que minha cachorrinha Lady, salvou minha mãe. Ela foi a companhia quando eu não pude ser.

Ao fim do ano de 1995, eu e meu irmão fomos morar com minha irmã em João Pessoa. Tinha 14 anos. E era tudo muito cedo. Cedo demais. Alguma coisa havia se quebrado. A adolescência gritava e eu tinha de ser adulto. E assim foi. Não passávamos fome, mas lembro de um dia que jantamos sopa de ovo e almoçamos pão com doce de leite.

Meu pai queria o que não lhe foi permitido, nem a ele, nem a minha mãe. Filhos formados. Os dois conseguiram. Hoje tem três filhos formados.

Entrei para faculdade de História em 2002. Vi uma UFPB renascer das cinzas. De falta de professores, de salas, equipamento, para uma universidade que em 2006, o departamento de História rejeitou computadores porque já não necessitava. E abriram o mestrado. E surgiu o Reuni e a oportunidade do doutorado. Bolsa-sanduíche em Lisboa. Para quem nunca tinha imaginado que um dia andaria de avião, morar em Lisboa foi realizar um impensável para o terceiro filho de funcionário comum do Banco do Brasil.

Concluí o doutorado em História em Dezembro de 2013. E não creio que tenha sido mérito pessoal. Meu esforço conta, mas se não fosse a política do PT não teria tido a chance. meu pai entrou para um programa de aposentadoria mais cedo do Banco e hoje possui uma nova casa própria.

E ao lembrar tudo isso, talvez você não recorra às lágrimas como faço. Talvez não se comova com nenhuma dessas palavras. Mesmo com os dentes trincados, respeito isso. Mas nunca duvide da minha dor genuína e do fato que o PSDB desmanchou a minha família e o PT a reconstruiu nesses últimos doze anos. Desejo do fundo do meu coração, que oxalá a sua não passe pelo que passou a minha.

Não seja ingênuo. A política move o mundo. Ninguém, nesse mundo de capitalistas, tem direito a nada. Nem mesmo oportunidades. O PT deu essa oportunidade. E é hora de reconhecermos isso, para lutarmos por mais.

Espero, pai, que no dia 26, a história de 2010 se repita. E você me ligue novamente dizendo: “Filho, eu te amo, trabalhei na vitória de Dilma por você.” E quem sabe assim, eu posso realizar o nosso sonho de ter um filho professor universitário.

Obrigado ao PT, em especial a Dilma e Lula.

Com muito amor,
André Honor

Dedico essa carta a todas as famílias de funcionários da USP que hoje enfrentam um processo de PDV.

06/10/2014

Será que eu tô errado?

Definições à parte, sempre fui um "cidadão de esquerda". Da convivência com meu pai, aprendi (e tento ensinar ao meu filho) a ter uma visão de igualdade social. Devorando livros por ele indicados (os mesmos indicados ao meu filho), sempre tive uma preocupação com os cidadãos considerados em desvantagem em relação aos outros e aprendi (e tento ensinar), principalmente, que há desigualdades injustificadas que devem ser reduzidas ou abolidas.

É evidente que a grande maioria das pessoas deseja viver bem e, de uma forma geral, admiro quem faz as coisas corretamente e que resulte em alguma melhoria para a sociedade, independente da corrente política a que possa pertencer, inclusive os que não são "de esquerda"

Quando da fundação do Partido dos Trabalhadores, quando tinha tenros 15 anos de idade, identifiquei-me imediatamente. "O PT que surgiu da organização sindical espontânea de operários paulistas no final da década de 1970, dentro do vácuo político criado pela repressão do regime militar aos partidos comunistas tradicionais e aos grupos armados de Esquerda então existentes." (obrigado Wikipedia).

Após 22 anos de insistência, três derrotas e oito anos de oposição quase sistemática a FHC, Luiz Inácio Lula da Silva chega à Presidência da República, vencendo José Serra, candidato oficial, duas vezes ministro de FHC e uma das principais lideranças do PSDB.

O PT finalmente chega ao poder com inflexão ao centro e sem assustar a direita do país e assume a presidência se dizendo disposto a firmar um pacto social com todos os setores da sociedade para resolver a crise pela qual o país atravessava

Acredito que por isso, o PT deu uma guinada nas suas convicções e o resultado, todo mundo já sabe: mensalão, escândalo dos bingos, Celso Daniel, escândalo dos cartões corporativos...

Sabemos que isso não é exclusividade do PT. Não mesmo! Basta ver o gráfico abaixo que mostra a lista de candidatos barrados pela Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº. 135 de 2010):


Reconheço que está cada vez mais difícil defender o PT. Mas, definitivamente não acho que Dilma e Aécio são "farinha do mesmo saco". Aécio é neoliberal, é de direita! E cidadão de esquerda foge de neoliberal como diabo foge da cruz.

Pra mim, a direita poderia ter força para eleger Aécio, desde que se assuma como direita. Mas ela é tão incompetente no Brasil que promete privatizar Petrobras, propõe um estado mínimo, é contra casamento gay... Dividiu-se. Faça-me o favor!

Aqui cabe uma (grande) pausa.

No Brasil, se você diz que vota em partidos ou ideias defendidas por eles, você corre o risco de apanhar. A maioria defende que se tem que votar em pessoas, não em partidos. Isso é um grande equívoco! O correto seria votar numa ideia que um grupo ou partido defende. Não votar em partidos e sim em pessoas só no Brasil mesmo. 

Na Colômbia vota-se em dois partidos dominantes por décadas, Liberal e Conservador. No Uruguai, os partidos maiores vêm desde a época da Guerra do Paraguai. No Chile vota-se na ideia conservadora ou na mais à esquerda. 

Antes aqui também era assim. Votava-se na UDN, PSD ou PTB. Por que a mudança? Em 1966, depois que o regime militar foi derrotado em eleições para governador em estados importantes, resolveram acabar com os antigos partidos e criaram a Arena e o MDB. 

Como é que um país pode funcionar com tantos partidos? Na confusão criada, a maioria dos eleitores aceita votar em pessoas, não nos partidos e no que defendem. Acho um tremendo mal para o país. 

Voltando a esquerda/direita.

Corremos o sério risco de colocar a direita no poder. Votei e votarei em Dilma novamente no segundo turno porque, infelizmente, ela é a única que pode evitar que isso aconteça.


Quem sabe, depois da campanha, Dilma seja determinada para avançar e aprofundar o combate à desigualdade, para garantir a liberdade, os direitos humanos, o estado laico...

Mas esse bla bla bla todo é pra mostrar o meu dilema. 

No meu círculo social (família e amigos inclusive), conto nos dedos aqueles que ainda apoiam/votam no PT. E não tiro a razão deles não. Muitos foram severamente prejudicados pela política social/econômica do PT.

Mas e aí? A gente defende os interesses e luta pela igualdade social, melhor distribuição de renda, mais saúde e educação pros mais necessitados ou os nossos?

Sinceramente? Não sei.

Só sei que fico triste ao ver amigos e familiares que não compartilham da minha visão política e fico triste por não compartilhar da visão política deles. 

C'est la vie.

Será que eu tô errado?

22/08/2014

Voos e Sinos e Misteriosos Destinos - Emma Trevayne

Dica de livro de hoje:

Voos e Sinos e Misteriosos Destinos - Emma Trevayne

Nesta fábula moderna, com gosto das aventuras clássicas que encantam os jovens leitores há tantos anos, conhecemos a história de Jack Foster, um garoto de dez anos que, como qualquer um da sua idade, sonhava viver grandes aventuras. Ele morava em Londres mas estudava em um colégio interno, voltando para casa apenas nas férias, quando ficava completamente entediado.

Mas, um certo dia, Jack atravessa uma porta mágica e, do outro lado, encontra uma cidade ao mesmo tempo muito parecida e muito diferente daquela que conhecia. Em Londinium, apesar de reconhecer as ruas e prédios, ele encontra um cenário steampunk, com engrenagens e fuligem por todos os lados. Por ali era raro encontrar alguém que não tivesse nenhuma parte do corpo feita de metal.

E era justamente isso que a Senhora - uma mulher rígida e temperamental que governava a cidade desde sempre - buscava: um filho de carne e osso. Jack logo descobre que aquele lugar era extremamente perigoso, e que voltar para casa não seria tão fácil quanto tinha sido chegar até ali...

21/08/2014

Lucidez na rede


Este é um ano fascinante para quem ama política como eu. Mas também um ano para destroçar os nervos. 

É também um ano no qual me vi constantemente jogado de um lado para o outro. Há algumas semanas, manifestei imenso descontentamento com Dilma em função da abertura à bancada evangélica e, inclusive, anunciei que não conseguiria votar nela naquelas circunstâncias. 

Embora seja comum que me chamem de "petista", não posso me considerar um. Há vários quadros do PT que me desagradam e que jamais teriam meu apoio. Não acho, por exemplo, que Lindbergh Farias seja um candidato digno de apoio ao governo do Rio (o que apenas deixa o povo do estado numa situação ainda mais desesperadora, já que não contam com um único candidato viável que preste). Lamentei imensamente ver Fernando Pimentel abraçando Newton Cardoso em MG e, por esta razão, não estou certo de que lhe concederei meu voto (mesmo abominando Pimenta da Veiga). Minha posição é sempre de esquerda - às vezes mais, às vezes menos -, mas o PT não é necessariamente minha primeira escolha nas eleições (e já cansei de votar em outros partidos para a prefeitura de BH e para os cargos de vereador e deputados estadual e federal).

Por outro lado, defendi a candidatura de Lula em 1989 (mesmo quando não tinha título de eleitor) e votei nele em todas as campanhas subsequentes. Também votei em Dilma em 2010. E, até anunciar que não poderia mais votar nela, há algumas semanas, estava certo de que votaria por sua reeleição.

Pois não sou político. Não consigo aceitar facilmente a ideia do pragmatismo. Opto sempre pela ideologia pura, mesmo que pouco prática. E, assim, mesmo que me dissessem que Dilma flertar com a bancada religiosa era um gesto eleitoral, eu não achava fácil aceitar isso.

Aliás, ainda não acho. 

Porém, algo mudou. Este "algo" se chama Marina Silva.

Quando falei que não me sentia à vontade para votar em Dilma, semanas atrás, vários leitores perguntaram se eu votaria então em Aécio ou Eduardo Campos. Respondi que jamais votaria em Aécio ou numa chapa que tivesse Marina Silva.

E agora Marina é presidenciável. Não há mais o escudo da razão representado por Campos e por ótimos quadros do PSB. E a ameaça crescente da teocracia me assusta. Marina Silva diz que vai defender o Estado laico. Sei. Assim como Feliciano defendeu os Direitos Humanos - e vale lembrar que Marina DEFENDEU este último quando foi atacado por suas posições na CDH. 

Lembrando que Marina é a candidata que disse que não era criacionista, mas que Deus é responsável por tudo, até pelas ideias de Darwin. E também lembrando que Marina disse não ter entrado no avião por "providência divina". Providência esta que não ligou pra Campos, pelo visto - e se há algo que me apavora é alguém com complexo de Messias, de "predestinação".

Assim, com Marina com chances de vitória (e a única alternativa viável sendo Aécio), volto a defender a candidatura de Dilma. Ciente, porém, de que, Dilma reeleita, vou bater insistentemente na tecla das portas fechadas para o lobby evangélico, que não deve ter espaço por representar um atraso social ao misturar dogmas irracionais com pautas de comportamento e jurisprudência inaceitáveis. (Alem disso, essa mídia reacionária é nojenta demais. Meu voto é também de oposição a ela.)

Estamos em 2014. As mulheres DEVEM ter palavra final sobre o próprio corpo, os homossexuais não podem mais viver à margem da sociedade, os avanços científicos não podem ser impedidos por credos infantis. 

Mas volto a isso após as eleições.

E por que torno meu voto público (prática que repito em todas as eleições)? Por respeito aos meus leitores. Abomino atitudes de certas celebridades/jornalistas/vlogers que insistem em se apresentar como "imparciais" enquanto criticam insistentemente apenas um candidato e elogiam outro. Isto é tratar aqueles que os seguem como imbecis, como massa de manobra.

Prefiro desapontar aqueles que acreditam que meu voto é inaceitável (pois estes já tendem a se afastar de meus escritos mesmo) do que desrespeitar aqueles que, mesmo discordando, respeitam minha posição (e embora admire certas bandeiras de Luciana Genro, por exemplo, percebo que tenho que aprender certo pragmatismo e compreender que, neste momento, qualquer voto em outro candidato representa, na prática, um voto para Aécio ou Marina).

Assim sendo, se você é leitor(a) do que escrevo, agradeço pela honra e, como sinal de respeito, deixo claro que meu voto em 2014 é de Dilma Rousseff. Se acha difícil lidar com isso... nos vemos após as eleições. 

Até lá, um grande abraço e bons filmes. E aos que ficam... obrigado mais uma vez por sua presença em minha vida profissional.

PLANETA DOS MACACOS: O CONFRONTO

 Dica de cinema de hoje:

Uma década depois dos eventos de "Planeta dos Macacos: A Origem", "O Confronto" mostra um mundo onde os humanos foram quase dizimados pelo vírus lançado naquela época.


Os sobreviventes mantêm uma paz temporária com os macacos, liderados por Caesar, mas isso está prestes a mudar e dar lugar a uma guerra entre as raças pelo domínio da Terra.







Direção: Matt Reeves
Elenco: Andy Serkis, Gary Oldman, Jason Clarke, Keri Russell
Nome Original: Dawn of the Planet of the Apes
Ano: 2014
Duração: 130 min
País: EUA
Classificação: 14 anos
Gênero: Aventura

20/08/2014

Ditadura: Míriam Leitão conta como, grávida e nua, foi torturada com jiboia

Muito estranho essa jornalista ter passado por experiência tão traumática e tornar-se o que ela tornou-se hoje.

Por Mário Magalhães

Por muito tempo, a jornalista Míriam Leitão não quis contar como foi sua prisão na época da ditadura. “Para não parecer que me vitimizo'', Míriam me disse há pouco.

Com altivez, ela denunciou os torturadores quando foi interrogada na Justiça Militar, nos anos 1970. Como tantas militantes que combateram a covardia, Míriam é mulher de verdade.

Uma das virtudes dos grandes repórteres é a persistência. E Luiz Cláudio Cunha é um grande repórter. O gaúcho persistiu e convenceu a mineira a falar sobre a quadra sombria em que penou nas mãos da barbárie.

Grávida, Míriam foi torturada nua. Trancaram-na com uma cobra.

É muito provável que um dos seus algozes tenha sido Paulo Malhães, o coronel do Exército morto meses atrás, depois de revelar atrocidades perpetradas contra seres humanos indefesos que ele e seus comparsas torturaram e mataram.

O depoimento histórico de Míriam Leitão a Luiz Cláudio Cunha e a reportagem que acompanha as memórias da ex-presa política estão no site do “Observatório da Imprensa'' (aqui).

Abaixo, o blog publica o que Míriam narrou a Luiz Cláudio:

( O blog está no Facebook e no Twitter )

*

'Eu sozinha e nua. Eu e a cobra. Eu e o medo'

Eu morava numa favela de Vitória, o Morro da Fonte Grande. Num domingo, 3 de dezembro de 1972, eu e meu companheiro na época, Marcelo Netto, estudante de Medicina, acordamos cedo para ir à praia do Canto, próxima ao centro da capital. Acordei para ir à praia e acabei presa na Prainha. É o bairro que abriga o Forte de Piratininga, essa construção bonita do século 17. Ali está instalado o quartel do 38º Batalhão de Infantaria do Exército, do outro lado da baía.

Eu tinha dado quatro plantões seguidos na redação da rádio Espírito Santo e já tinha quase um ano de profissão. Eu vestia uma camisa branca larga, de homem, sobre o biquini vermelho. Caminhando pela Rua Sete em direção à praia, alguém gritou de repente:

– Ei, Marcelo?

Nos viramos e vimos dois homens correndo em nossa direção com armas. Eu reconheci um rosto que vira em frente à Polícia Federal. Meu ônibus sempre passava em frente à sede da PF e eu tentava guardar os rostos.

– É a Polícia Federal – avisei ao Marcelo

Em instantes estávamos cercados. Apareceram mais homens, mais um carro. Voltei a perguntar:

– O que está acontecendo?

Eles nos algemaram e empurraram o Marcelo para o camburão. Era uma camionete Veraneio, sem identificação. Eu tive uma reação curiosa: antes que me empurrassem sentei no chão da calçada e comecei a gritar, a berrar como louca, queria chamar a atenção das pessoas na rua. Mas ainda era cedo, manhã de domingo, havia pouca gente circulando. Achava que quanto mais gente visse aquela cena, mais chances eu teria de sair viva. Como eu berrava, me puxaram pelos cabelos, me agarraram para me colocar no carro. Eu, ainda com aquela coisa de Justiça na cabeça, reclamei:

– Moço, cadê a ordem de prisão?

O homem botou a metralhadora no meu peito e respondeu com outra pergunta:

– Esta serve?

As algemas eram diferentes, eram de plástico, e estavam muito apertadas, doíam no pulso. Viajamos sem capuz, eu e Marcelo, em direção a Vila Velha, onde fica o quartel do Exército. Eu ainda achava que não era nada comigo, que o alvo era o Marcelo. Ele estava no quarto ano de Medicina e tinha acabado de liderar a única greve de estudantes do país daquele ano, que trancou por dois dias as aulas na universidade de Vitória e paralisou os trabalhos no Hospital de Clínicas. Achei que estava presa só porque estava indo à praia com o Marcelo.

A Veraneio entrou no pátio do quartel, o batalhão de infantaria. Nos levaram por um corredor e nos separaram. Marcelo foi viver seu inferno, que durou 13 meses, e eu o meu. Sobre mim jogaram cães pastores babando de raiva. Eles ficavam ainda mais enfurecidos quando os soldados gritavam: “Terrorista, terrorista!”. Pareciam treinados para ficar mais bravos quando eram incitados pela palavra maldita. De repente, os soldados que me cercavam começaram a cantar aquela música do Ataulfo Alves: “Amélia não tinha a menor vaidade/ Amélia é que era mulher de verdade”. Só então percebi que minha prisão não era um engano. “Amélia” era o codinome que o meu chefe de ala no PCdoB tinha escolhido pra mim: “Você, a partir de agora, vai se chamar Amélia”. Quis reagir na hora, afinal não tenho nada de Amélia, mas não quis discordar logo na primeira reunião com o dirigente.

O comandante do batalhão era o coronel Sequeira [tenente-coronel Geraldo Cândido Sequeira, que exerceu o comando do 38º BI entre 10 de março de 1971 a 13 de março de 1973], que fingia que mandava, mas não via nada do que acontecia por lá. O homem que de fato mandava naquele lugar, naquele tempo, era o capitão Guilherme, o único nome que se conhecia dele. Ele era o chefe do S-2, o setor de inteligência do batalhão. Todos os interrogatórios e torturas estavam sob a coordenação dele. Ele pessoalmente nada fazia, mas a ele tudo era comunicado. Nesse primeiro dia me deu um bofetão só porque eu o encarei.

– Nunca mais me olhe assim! – avisou.

Fui levada para uma grande sala vazia, sem móveis, com as janelas cobertas por um plástico preto. Com a luz acesa na sala, vi um pequeno palco elevado, onde me colocaram de pé e me mandaram não recostar na parede. Chegaram três homens à paisana, um com muito cabelo, preto e liso, um outro ruivo e um descendente de japonês. Mandaram eu tirar a roupa. Uma peça a cada cinco minutos. Tirei o chinelo. O de cabelo preto me bateu:

– A roupa! Tire toda a roupa.

Fui tirando, constrangida, cada peça. Quando estava nua, eles mandaram entrar uns 10 soldados na sala. Eu tentava esconder minha nudez com as mãos. O homem de cabelo preto falou:

– Posso dizer a todos eles para irem pra cima de você, menina. E aqui não tem volta. Quando começamos, vamos até o fim.

Os soldados ficaram me olhando e os três homens à paisana gritavam, ameaçando me atacar, um clima de estupro iminente. O tempo nessas horas é relativo, não sei quanto tempo durou essa primeira ameaça. Viriam outras.

Eles saíram e o homem de cabelo preto, que alguém chamou de Dr. Pablo, voltou trazendo uma cobra grande, assustadora, que ele botou no chão da sala, e antes que eu a visse direito apagaram a luz, saíram e me deixaram ali, sozinha com a cobra. Eu não conseguia ver nada, estava tudo escuro, mas sabia que a cobra estava lá. A única coisa que lembrei naquele momento de pavor é que cobra é atraída pelo movimento. Então, fiquei estática, silenciosa, mal respirando, tremendo. Era dezembro, um verão quente em Vitória, mas eu tremia toda. Não era de frio. Era um tremor que vem de dentro. Ainda agora, quando falo nisso, o tremor volta. Tinha medo da cobra que não via, mas que era minha única companhia naquela sala sinistra. A escuridão, o longo tempo de espera, ficar de pé sem recostar em nada, tudo aumentava o sofrimento. Meu corpo doía.

Não sei quanto tempo durou esta agonia. Foram horas. Eu não tinha noção de dia ou noite na sala escurecida pelo plástico preto. E eu ali, sozinha, nua. Só eu e a cobra. Eu e o medo. O medo era ainda maior porque não via nada, mas sabia que a cobra estava ali, por perto. Não sabia se estava se movendo, se estava parada. Eu não ouvia nada, não via nada. Não era possível nem chorar, poderia atrair a cobra. Passei o resto da vida lembrando dessa sala de um quartel do Exército brasileiro. Lembro que quando aqueles três homens voltaram, davam gargalhadas, riam da situação. Eu pensava que era só sadismo. Não sabia que na tortura brasileira havia uma cobra, uma jiboia usada para aterrorizar e que além de tudo tinha o apelido de Míriam. Nem sei se era a mesma. Se era, talvez fosse esse o motivo de tanto riso. Míriam e Míriam, juntas na mesma sala. Essa era a graça, imagino.

Dr. Pablo voltou, depois, com os outros dois, e me encheu de perguntas. As de sempre: o que eu fazia, quem conhecia. Me davam tapas, chutes, puxavam pelo cabelo, bateram com minha cabeça na parede. Eu sangrava na nuca, o sangue molhou meu cabelo. Ninguém tratou de minha ferida , não me deram nenhum alimento naquele dia, exceto um copo de suco de laranja que, com a forte bofetada do capitão Guilherme, eu deixei cair no chão. Não recebi um único telefonema, não vi nenhum advogado, ninguém sabia o que tinha acontecido comigo, eu não sabia se as pessoas tinham ideia do meu desaparecimento. Só três dias após minha prisão é que meu pai recebeu, em Caratinga, um telefonema anônimo de uma mulher dizendo que eu tinha sido presa. Ele procurou muito e só conseguiu me localizar no fim daquele dezembro. Havia outros presos no quartel, mas só ao final de três semanas fui colocada na cela com a outras presas: Angela, Badora, Beth, Magdalena, estudantes, como eu.

Fiquei 48 horas sem comer. Eu entrei no quartel com 50 kg de peso, saí três meses depois pesando 39 kg. Eu cheguei lá com um mês de gravidez, e tinha enormes chances de perder meu bebê. Foi o que médico me disse, quando saí de lá, com quatro meses de gestação. Eu estava deprimida, mal alimentada, tensa, assustada, anêmica, com carência aguda de vitamina D por falta de sol. Nada que uma mulher deve ser para proteger seu bebê na barriga. Se meu filho sobrevivesse, teria sequelas, me disse o médico.

– A má notícia eu já sei, doutor, vou procurar logo um médico que me diga o que fazer para aumentar as chances do meu filho.

Mas isso foi ao sair. Lá dentro achei que não havia chance alguma para nós. Eu era levada de uma sala para outra, numa área administrativa do quartel, onde passava por outras sessões de perguntas, sempre as mesmas, tudo aos gritos, para manter o clima de terror, de intimidação. Na noite seguinte, atravessei a madrugada com uma sessão de interrogatório pesado, o Dr. Pablo e os outros dois berrando, me ameaçando de estupro, dizendo que iam me matar. Um dia achei que iria morrer. Entraram no meio da noite na cela do forte para onde eu fui levada após esses dois dias. Falaram que seria o último passeio e me levaram para um lugar escuro, no pátio do quartel, para simular um fuzilamento. Vi minha sombra refletida na parede branca do forte, a sombra de um corpo mirrado, uma menina de apenas 19 anos. Vi minha sombra projetada cercada de cães e fuzis, e pensei: “Eu sou muito nova para morrer. Quero viver”.

Um dia, um outro militar, que não era nenhum daqueles três, botou um revólver na minha cabeça e falou: “Eu posso te matar”. E forçou aquele cano frio na minha testa. Me deu um sentimento enorme de solidão, de abandono. Eu me senti absolutamente só no mundo. Pela falta de notícias, imaginava que o Marcelo estava morto. Entendi que iria morrer também e que ninguém saberia da minha morte, pensei. Mas não quis demonstrar medo. Lembro que o homem do revólver tinha olhos azuis. Olhei nos seus olhos e respondi: “Sim, você pode pode me matar”. E repeti, falando ainda mais alto, com ar de desafio: “Sim, você pode!”

Um dos interrogatórios foi feito na sala do capitão Guilherme, o S-2 que mandava em todos ali. Era noite, ele não estava, e me interrogaram na sala dele. Lembro dela porque havia na parede um quadro com a imagem do Duque de Caxias. Estava ainda com o biquíni e a camisa, era a única roupa que eu tinha, que me protegia. Nessa noite, na sala, de novo fui desnudada e os homens passaram o tempo todo me alisando, me apalpando, me bolinando, brincando comigo. Um deles me obrigou a deitar com ele no sofá. Não chegaram a consumar nada, mas estavam no limite do estupro, divertindo-se com tudo aquilo.

Eu estava com um mês de gravidez, e disse isso a eles. Não adiantou. Ignoraram a revelação e minha condição de grávida não aliviou minha condição lá dentro. Minha cabeça doía, com a pancada na parede, e o sangue coagulado na nuca incomodava. Eu não podia me lavar, não tinha nem roupa para trocar. Quando pensava em descansar e dormir um pouco, à noite, o lugar onde estava de repente era invadido, aos gritos, com um bando de pastores alemães latindo na minha cara. Não mordiam, mas pareciam que iam me estraçalhar, se escapassem da coleira. E, para enfurecer ainda mais os cães, os soldados gritavam a palavra que enlouquecia a cachorrada: “Terrorista, terrorista!…”

As primeiras três semanas que passei lá foram terríveis. Só melhorou quando o Dr. Pablo e seus dois companheiros foram embora. Entendi então que eles não pertenciam ao quartel de Vila Velha. Tinham vindo do Rio, é o que chegaram a conversar entre eles, em papos casuais: “E aí, quando voltarmos ao Rio, o que a gente vai fazer lá…” Isso fazia sentido, porque o quartel de Vila Velha integra o Comando do I Exército, hoje Comando do Leste, que tem o QG no Rio de Janeiro.

Quando o trio voltou para o Rio, a situação ficou menos ruim. Eles já não tinham mais nada para perguntar. Me tiraram da cela da fortaleza e me levaram para a cela coletiva. Foi melhor. Na cela do forte não havia janelas, a porta era inteiriça e minhas companhias eram apenas as baratas. Fiz uma foto minha, agora em 2011, ao lado da porta.

Até que chegou o dia de assinar a confissão, para dar início ao IPM, o inquérito policial-militar que acontecia lá mesmo, dentro do quartel. Me levaram para a sala do capitão Guilherme, o S-2, e levei um susto. Lá estava o Marcelo, que eu pensava estar morto. Os militares saíram da sala e nos deixaram sozinhos. Quando eu fui falar alguma coisa, o Marcelo me fez um sinal para ficar calada. Ele levantou, foi até a parede e levantou o quadro do Duque de Caxias. Estava cheio de fios e microfones lá atrás. Era tudo grampo.

Depois disso, o Marcelo foi levado para o Regimento Sampaio, na Vila Militar, no Rio de Janeiro, e lá ficou nove meses numa solitária. Sem banho de sol, sem nada para ler, sem ninguém para conversar. Foi colocado lá para enlouquecer. Nove longos e solitários meses… Nós, todos os presos, e os que já estavam soltos nos encontramos mais ou menos em junho na 2ª Auditoria da Aeronáutica, para o que eles chamam de sumário de culpa, o único momento em que o réu fala. Eu com uma barriga de sete meses de gravidez. O processo, que envolvia 28 pessoas, a maioria garotos da nossa idade, nos acusava de tentativa de organizar o PCdoB no estado, de aliciamento de estudantes, de panfletagem e pichações. Ao fim, eu e a maioria fomos absolvidos. O Marcelo foi condenado a um ano de cadeia. Nunca pedi indenização, nem Marcelo. Gostaria de ouvir um pedido de desculpas, porque isso me daria confiança de que meus netos não viverão o que eu vivi. É preciso reconhecer o erro para não repeti-lo. As Forças Armadas nunca reconheceram o que fizeram.

Nunca mais vi o capitão Guilherme, o S-2 que comandou tudo aquilo. Uma vez ele apareceu no Superior Tribunal Militar como assessor de um ministro. Marcelo foi expulso do curso de Medicina, após a prisão, e virou jornalista. Fomos para Brasília em 1977. Por ironia do destino, Marcelo só conseguiu vaga de repórter para cobrir os tribunais. E lá no STM, um dia, ele reviu o capitão Guilherme. Depois disso, não soubemos mais dele. Nem sei se o S-2 ainda está vivo.

O que eu sei é que mantive a promessa que me fiz, naquela noite em que vi minha sombra projetada na parede, antes do fuzilamento simulado. Eu sabia que era muito nova para morrer. Sei que outros presos viveram coisas piores e nem acho minha história importante. Mas foi o meu inferno. Tive sorte comparado a tantos outros.

Sobrevivi e meu filho Vladimir nasceu em agosto forte e saudável, sem qualquer sequela. Ele me deu duas netas, Manuela (3 anos) e Isabel (1). Do meu filho caçula, Matheus, ganhei outros dois netos, Mariana (8) e Daniel (4). Eles são o meu maior patrimônio.

Minha vingança foi sobreviver e vencer. Por meus filhos e netos, ainda aguardo um pedido de desculpas das Forças Armadas. Não cultivo nenhum ódio. Não sinto nada disso. Mas, esse gesto me daria segurança no futuro democrático do país. [Depoimento a Luiz Cláudio Cunha]

Dream Theater: venda de ingressos para Fortaleza começa na quarta

Apresentando sua turnê mundial “Along the Ride Tour” em solo brasileiro, a banda conhecida como expoente do metal progressivo, caracterizado por sua qualidade musical e habilidade instrumental, o DREAM THEATER aterrissa logo mais na capital cearense para realização de show na noite do segundo sábado de outubro, dia 11, no Siará Hall.


A venda de ingresso para este show da banda Dream Theater segue marcada para começar nesta quarta-­-feira (20), exatamente às 09 horas da manhã, quando, através do site www.blueticket.com.br, será liberado o primeiro lote de ingressos de pista e camarote, simultaneamente disponibilizado nos pontos de venda físico, que são loja do Siriguella e bilheteria Siará Hall, localizados, respectivamente, na Avenida Dom Luís e Avenida Washington Soares, abertos semanalmente das 09 às 19 horas.

O show do quinteto norte-americano em Fortaleza, aclamados constantemente pela crítica especializada, classificados e premiados por seu rebuscamento musical, permanece como a última apresentação no Brasil, após a passagem em outras seis capitais (Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de janeiro, Brasília e Recife). Sucessos como “Another Day”, “The Spirit Carries On” e “As I Am” devem mostrar exatamente ao vivo para os fãs e admiradores por que os instrumentistas da banda DREAM THEATER figuram entre os melhores baixistas, guitarristas e bateristas do mundo.

DREAM THEATER em Fortaleza

Data do show: 11 de outubro

Local: Siará Hall -­- Av. Washington Soares, 3199 -­- Edson Queiroz.

Abertura dos portões: 19 horas

Vendas: www.blueticket.com.br, Siará Hall e Siriguella.

Valores: Pista – R$ 80,00 (meia) e R$ 160,00 (inteira)

Frontstage – R$ 180,00 (meia) e R$ 360,00 (inteira)

Valores referentes ao primeiro lote, podendo ser alterado sem aviso prévio.

Data do início da venda: 20 de agosto

Informações: (85) 3264.8091

Classificação: 16 anos

Realização: Arte Produções, Social Music e Luan Promoções.

19/08/2014

PSB escolhe Beto Albuquerque como vice de Marina Silva


Depois de um dia de disputas internas, líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), foi escolhido, nesta terça-feira (19/8), candidato a vice-presidente da República na chapa do partido. O nome dele será oficializado, ao lado da ex-senadora Marina Silva, candidata à Presidência, amanhã, em Brasília. A mudança ocorre depois da morte de Eduardo Campos na semana passada em acidente aéreo em Santos (SP).

Beto Albuquerque despontou como favorito na disputa pela vice na semana passada, quando o partido decidiu dois critérios para a escolha do nome: ser um quadro tradicional do PSB e ser ligado a Eduardo Campos. O deputado federal cumpre os dois requisitos. Mas, para se consolidar na disputa, ele precisou superar a resistência da ala pernambucana do partido, que reivindicava um nome do partido para a composição.

Este ano, Albuquerque disputava uma cadeira no Senado pelo Rio Grande do Sul, a pedido de Eduardo Campos, mas aparecia apenas em 3º lugar nas pesquisas. O PSB já consultou a ex-senadora Marina Silva, que deu aval à escolha. Ela tem bom relacionamento com o deputado.

Ex-secretário de Infraestrutura e Logística do governo Tarso Genro (PT) no Rio Grande do Sul, Albuquerque se elegeu deputado federal pela primeira vez em 1998. No primeiro mandato, licenciou-se para ser secretário de Transporte do governo Olívio Dutra, no mesmo estado. É advogado e tem 51 anos.

A viúva de Eduardo, Renata Campos, também era cotada para assumir a candidatura a vice. Mas declinou do convite, alegando que precisa cuidar dos cinco filhos, o mais novo tem sete meses e ainda é amamentado.

Olha eu aqui outra vez

Depois de um longo e tenebroso "inverno", volto a postar. Sei que você, meu único leitor, já estava com saudades, mas só agora me liguei que,se você vem aqui, mesmo que de vez em quando, é porque gosta do que escrevo e, nesse caso, posso colocar o que realmente penso, principalmente em matéria de politica, afinal, esse é uma no de eleições..

Tenho muitos amigos, com as mais diversas linhas de raciocínio político e, ultimamente, tenho achado que as redes sociais são muito enxeridas*, sempre mostrando minha opinião sobre tudo e sobre todos. Cheguei até a "bater boca" com alguns, o que não é do meu feitio.

Por isso, resolvi não explicitar minhas opiniões nas redes sociais. Quando quiser falar, posto aqui e lê quem quiser. Pra ler, tem que vir aqui ;)

Vou tentar não deixar aqui às moscas, outra vez.

* Do nodertinês, metidas, amostradas, entronas.

24/05/2014

Visita para o café


Ela chegou como qualquer visita inesperada. Sem dia, sem hora e sem jeito.  Abusada que é chegou achando-se no direito de colocar os outros hóspedes da casa em constrangimento. Foi aí que eu decidi conversar com ela. Hoje a Tristeza veio me visitar.

Desesperei, mas não senti Medo. Não tenho mais Medo da Tristeza. Não tenho. Depois de me acalmar resolvi bater um papo com ela.

Senhora é o seguinte: Não posso te abrigar aqui. Não posso. A casa está cheia de outros hóspedes e não há mais vagas. Posso ficar contigo somente essa tarde e depois terá de ir.

Ela concordou, tomamos café juntas, entreguei a ela um pouco do meu pranto e assim que anoiteceu ela se foi. No café, falamos de amor, de problemas sem resolução, de saudade. Quanto mais eu chorava mais ela se interessava pela minha dor. Eu dei a ela também a minha dor. Assim que entreguei o embrulho ela colocou na bolsa como quem guarda uma lembrança e se foi. Nunca foi fácil recebê-la e, embora essas conversas sejam difíceis aprendi a gostar da Tristeza de um jeito que considero saudável. Digo isso porque houve uma época em que eu achava legal ser triste. Depois entendi que pra mim não era...

Bem, isso não significa que sou a porta bandeira da Alegria. Ao contrário, acho estranho quem gosta de afirmar que é feliz. Aqueles que o tempo todo forjam esse sentimento para bancar uma suposta superioridade.

A charmosa senhora Tristeza e nossas conversas me levaram a entender coisas imprescindíveis sobre como levar a vida de forma consciente.  Sacar que a ausência do Medo faz com que as visitas dela se deem com menos frequência foi uma delas. Entender que alegria ou felicidade o tempo todo além de não ensinar nada te torna um sujeito patético foi outra. Foi então que decidi parar com esse negócio de espantar a Tristeza e, ao invés disso, procuro saber o que ela quer. Coloco os meus limites na mesa e a relação segue sem prejuízo pra nenhum dos lados.

Não caia no conto da felicidade eterna e sem limites, sinta a sua devagar e conscientemente, sem pressa de chegar a um fim. Perceba que há outras coisas a serem sentidas, ruminadas mesmo, outros sentimentos... Sinta, sinta até onde conseguir e abandone o barco quando achar que é preciso.  A busca histérica por alegria e prazer não passa de uma bobagem que te coloca bem longe da tranquilidade, dos seus objetivos.  Vamos ser felizes e tristes, vamos ser de verdade. Histeria é bobagem.

22/05/2014

Desce mais uma


Por Priscila Virginio

Os dias andam tristes. 
As pessoas cada dia mais egoístas. 
Os muros cada vez mais altos.
 A cidade mais vazia de vida.
Os alimentos envenenados.
A classe média quer viver em seu sonho absurdo desnudado pelos comerciais de margarina.
Querem viver trancados em condomínios de luxo com seus filhinhos. Os meninos de azul e as meninas de rosa.
Ah, e o cachorro de raça compradinho no shopping.
Andar na rua e usar transporte público só vale se for na Europa porque é chique. 
Família é só modelo casal hétero e filhos. 
Beleza é só a da mulher branca e magra.
Religião é só a cristã católica ou a protestante. 
O mundo e a cidade são para os jovens. Os velhos a gente tranca em algum canto, afinal já não servem para nada.
Legal é usar o facebook para incitar ódio, compartilhar mentiras e dizer que tudo desde a dor de barriga desta manhã até a caspa da sua cabeça é culpa do PT. 
Na TV as grandes corporações defendem interesses próprios e chamam isso de informação, de prestação de serviço. Você está ai trancado, o seu carro na garagem com alarme. Você acredita no que diz a TV porque não vive a cidade, porque é essa jogada, sacou? Eles te põe medo, carga horária apertada no trabalho e te vendem sonhos consumistas. Aí você não vê, não vive a vida e crê nas histórias que eles te contam. 
Gostaria descer, mas o trem não pára. Sigo olhando pela janela e bebo quando tudo fica insuportável.