Boa pedida pra noite de hoje. Estreou ontem.
Os habitantes da Transilvânia sempre foram inimigos dos turcos, com quem tiveram batalhas épicas.
Para evitar que sua população fosse massacrada, o rei local aceitou entregar aos turcos centenas de crianças. Entre elas estava seu próprio filho, Vlad Tepes (Luke Evans), que aprendeu com os turcos a arte de guerrear.
Logo Vlad ganhou fama pela ferocidade nas batalhas e também por empalar os derrotados. De volta à Transilvânia, onde é nomeado príncipe, ele governa em paz por 10 anos. Só que o rei Mehmed (Dominic Cooper) mais uma vez exige que 100 crianças sejam entregues aos turcos.
Vlad se recusa e, com isso, inicia uma nova guerra. Para vencê-la, ele recorre a um ser das trevas (Charles Dance) que vive pela região.
Após beber o sangue dele, Vlad se torna um vampiro e ganha poderes sobre humanos.
24/10/2014
23/10/2014
'O que os eleitores agressivos de Dilma e Aécio têm em comum?'
Bem que a tecla SAP do controle remoto - abreviação do inglês Second Audio Program (Segundo Áudio do Programa), que permite que você ouça o áudio original de um programa dublado – poderia ser usada para desmascarar falsos discursos nesta eleição.
Só assim, talvez, poderíamos captar os verdadeiros preconceitos, frustrações, interesses pessoais ou corporativistas disfarçados de disputas ideológicas agressivas poucos dias do segundo turno.
Discursos, diga-se de passagem, de gente bem informada, com curso superior, pós-graduação, mas sem vergonha de defender teses em redes sociais que poderiam ser desmontadas por qualquer criança.
Exagero?
Comecemos, então, pelo recorrente tema da corrupção.
Para uma boa parcela de militantes do PT, os casos de corrupção na Petrobras, entre vários outros que se arrastam, aparecem sempre como armações da oposição ou da mídia golpista. Ainda que a mídia tenha lado, nem os Meus Queridos Pôneis seriam ingênuos a ponto de ignorar os esquemas de pagamentos de propina, compra de votos e aparelhamento de vários órgãos do Estado nos últimos 12 anos.
Já para boa parte dos eleitores de Aécio, os casos de corrupção em Minas (o tal mensalão mineiro, envolvendo o governador tucano Eduardo Azeredo) não passam de um problema pontual, menor. Tampouco parece haver qualquer registro histórico das negociatas para a aprovação do projeto da reeleição de FHC, que mudou as regras do jogo para beneficiar um dos times no meio da partida.
E na Economia?
Qual petista reconhece que foi o tucano Henrique Meirelles, no comando do Banco Central, um dos maiores responsáveis pelo colchão de reservas internacionais (hoje acima de US$ 370 bilhões) que impediu que o Brasil fosse a nocaute a qualquer abalo no mercado de um país vizinho? Alguém recorda dos ataques que o PT fez a esse tipo de política - acusada por militantes de ser um desvio de recursos da Saúde e da Educação para alimentar o mercado financeiro internacional?
Por que, por outro lado, uma grande parcela de tucanos insiste em ignorar o impacto positivo que as políticas de reajuste do salário mínimo trouxeram para o mercado interno – enquanto em governos passados, qualquer reajuste no mínimo era encarado como um tabu macroeconômico?
Enfim, Aécio, Dilma, Lula ou FHC são diferentes, é claro, mas sabem, no íntimo, que diferenças ideológicas não encobrem fatos. Em período eleitoral, contudo, parece que vale mais seguir o comando dos marqueteiros e jogar para as respectivas torcidas.
Como as torcidas são mais movidas por paixão do que pela razão, o debate entre diferentes projetos do Brasil é engolido por esse bate-boca de botequim quase sempre inflamado por pessoas com expectativas de ganhos diretos via a eleição de um dos candidatos.
De um lado, há pretensos ideólogos de esquerda da classe média que pregam o fortalecimento do Estado – quando na verdade, se acionarmos a tecla SAP, estão mais preocupados com o fortalecimento de seus vencimentos, estabilidade e aposentadoria na carreira pública.
Do outro, há pretensos liberais que falam em meritocracia, mas reclamam ostensivamente de reajustes de R$ 50 no salário de quem lava e passa as cuecas dos filhos – que, em geral, só aprendem o valor do trabalho manual em viagens de intercâmbio no exterior.
De certa forma, esse acirramento no tom da disputa, principalmente na classe média, revela como o Brasil, após mais de 60 anos, ainda parece preso pelo embate entre o corporativismo getulista e pelo conservadorismo lacerdista. Embate que terminou provocando o suicídio de Getúlio em 1954 e, dez anos mais tarde, o Golpe Militar - que não poupou nem o próprio Lacerda, cassado pelo movimento que apoiou.
Uma lição amarga para aqueles que acreditam que, quanto mais virulento for o embate, melhor.
Enquanto ânimos se exaltam entre tucanos e petistas e amizades são desfeitas em uma das campanhas mais acirradas dos últimos anos, os soldados de ambos os lados podem ter, ao menos, uma certeza em comum: ganhe quem ganhar, o PMDB deve continuar governando em parceria – de preferência, sem fazer muito barulho – boa parte do Brasil.
22/10/2014
Pink Floyd anuncia fim após último álbum
'É triste, mas é o fim', disse o guitarrista David Gilmour em entrevista à BBC. Banda vendeu mais de 250 milhões de discos no mundo todo desde 1965.
O novo álbum do Pink Floyd, que chega às lojas em 10 de novembro, será o último desse lendário grupo de rock britânico - garantiu nesta quinta-feira (9) o guitarrista David Gilmour.
"É triste, mas é o fim", assegurou David Gilmour, em entrevista à rede BBC. Aos 68 anos, o guitarrista reconhece que os membros da banda envelhecem e, sobretudo, que não têm outros projetos. O tecladista e membro fundador do grupo Richard Wight, que escreveu, ou coescreveu 12 das 18 canções do novo CD, 'The Endless River', faleceu em 2008.
"Esse é o último que vamos fazer juntos. Estou bastante certo de que não haverá continuação depois disso", frisou David.
Desde seu início, em 1965, o Pink Floyd vendeu mais de 250 milhões de discos no mundo todo, como os clássicos 'Dark Side Of The Moon' e 'Wish You Were Here'.
O ex-líder do grupo Roger Waters, que deixou os companheiros em 1985, não trabalhou no novo álbum.
17/10/2014
Divulgadas as primeiras imagens do curta Feast, da Disney
A Walt Disney Animation Studios revelou um vídeo especial com as primeiras imagens do seu novo curta, Feast, que irá estrear nos cinemas antes das exibições de Operação Big Hero 6 em 25 de dezembro de 2014.
Feast é dirigido pelo estreante Patrick Osborne (supervisor de animação de O Avião de Papel). O filme conta a história de amor de um homem através do olhos do seu melhor amigo, um cãozinho chamado Winston. O título do curta, "Feast" (Banquete), faz referência às inúmeras vezes que o cachorrinho come ao longo da animação.
Vale lembrar que, em parceria com a Pixar, a Disney irá lançar também o curta Lava, que chegará aos cinemas junto com Divertida Mente, em 2 de julho de 2015.
Confira o teaser de Feast:
16/10/2014
Porque a classe média brasileira está dividida nesta eleição?
A classe média brasileira tradicional foi fortemente afetada pelas mudanças que reduziram a desigualdade e levaram à mobilidade no mercado de trabalho.
Em um artigo publicado na última sexta feira, o diretor do DataFolha Mauro Paulino chama a atenção para a divisão da classe média brasileira expressa na última pesquisa do Instituto. Para mostrar melhor o fenômeno, ele dividiu a classe média em três grupos: alta, intermediária e baixa. O candidato Aécio Neves vence com 67% dos votos na classe média alta e Dilma Rousseff vence nas outros dois segmentos com 52% e 53% respectivamente. Vale a pena fazer uma análise qualitativa destes resultados para entendermos melhor os dilemas da classe média brasileira nesta eleição.
O Brasil sempre teve uma classe média atípica se tomamos com padrão a classe média dos países desenvolvidos. O motivo desta atipicidade reside no fato da classe média brasileira usufruir de dois elementos de natureza contraditória: de um lado, ela usufrui intensamente dos bens de consumo duráveis e não duráveis, carros, eletrodomésticos e outros produtos eletrônicos que constituem parte integrante do padrão de consumo de qualquer classe média nos países desenvolvidos. De outro lado, nós temos uma classe média que, até pouco tempo atrás, ainda usufruía de uma abundância de mão de obra barata gerada pelo nosso processo de colonização e por uma urbanização atípica.
Assim, a mesma classe média que usufrui de carros e máquinas tinha acesso a serviços que a classe média europeia deixou de ter depois da primeira guerra mundial e que a americana nunca teve. Até o recente boom econômico da última década tínhamos uma classe média atípica com acesso fácil a um mercado de saúde e educação privada, todos estes fatores propiciados por uma desigualdade no nível de educação e consequentemente no valor do trabalho nestes setores.
O forte crescimento econômico dos últimos anos foi provocado como sabemos por três fatores complementares: um programa de transferência de renda, o bolsa família, aumentos reais importantes do salário mínimo e um aquecimento do mercado de trabalho na área de serviços que aumentou os ganhos reais do setor informal da economia. Todos estes fatores diferenciaram a classe média e os seus diferentes setores. Todos estes fatores ajudaram a criar aquilo que é denominado de nova classe média, isto é, um contingente de aproximadamente 50% da população brasileira que tem renda familiar entre 1.000 e 4.000 reais.
Este segmento mudou a sociedade brasileira e quando pensamos no impacto político deste fenômeno, percebemos que muito pouca gente na sociedade brasileira o critica. A sociedade brasileira como um todo parece se orgulhar da queda da desigualdade e do acesso a bens de consumo duráveis por um novo contingente de brasileiros. No entanto, como iremos mostrar abaixo este fenômeno alterou a relação entre a classe média baixa e alta e teve forte impacto político que está se manifestando nesta eleição.
A classe média brasileira tradicional também chamada de alta foi fortemente afetada pelas mudanças que reduziram a desigualdade e levaram à mobilidade no mercado de trabalho. Como ela é, diferentemente da classe média nos Estados Unidas e na Europa, forte consumidora de serviços domésticos, ela foi afetada pelas mudanças no mercado de trabalho destes serviços. A inflação do setor de serviços subiu mais 104% entre 2004 e 2014 e afetou especialmente este setor da classe média. Ao mesmo tempo, a explosão dos preços com alimentação também provocou um forte estrago no orçamento deste setor. Mas, não vamos tapar o sol com a peneira. A classe média tradicional no Brasil também se viu afetada por uma questão de status. Ao mesmo tempo, que ela se vê pressionada pelo aumento dos preços no setor de serviços ela se vê cada vez mais distante da chamada classe alta que manteve o seu padrão de consumo. Ao mesmo tempo, ela se aproxima da nova classe média que é uma forte consumidora dos serviços públicos de saúde e educação.
Não é difícil ver que este é o fenômeno fundamental que está por trás da forte mudança de postura da chamada classe média alta na política brasileira. É ela que está por trás da forte rejeição ao PT e ao governo Dilma no estado de São Paulo e nas principais capitais do Sudeste e da região Sul que são os lugares onde a classe média alta predomina. Esta rejeição tem dois discursos, um deles sutil e um deles nem tanto sutil. O sútil é um discurso onde muitas vezes transpira levemente o preconceito contra o Nordeste ou contra as pessoas que andam de avião ou compram um carro pela primeira vez. A versão menos sútil investe contra os mais pobres, os programas de transferência de renda e os novos setores incluídos da população brasileira.
Neste momento do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, não é possível saber se este discurso vai prevalecer. A única coisa que é possível dizer é que ele é um discurso profundamente anti-moderno e que mesmo um candidato conservador como Aécio Neves não poderá girar a roda da inclusão social para trás. Acabou o período em que a classe média brasileira tinha acesso a serviços baratos, produzidos por um exército de excluídos. O que está colocado para a classe média brasileira é se contentar com os benefício que um país mais igual pode gerar e que não são poucos. Nesta nova condição, a luta por serviços públicos de qualidade produzidos por um setor público produtivo e bem remunerado é o que está em jogo. Aqueles que votam em Aécio Neves buscando uma volta ao passado baseada em um pseudo-status rapidamente irão perceber que tal status é impossível de existir no Brasil atual.
15/10/2014
Paul McCartney anuncia datas de shows no Brasil em novembro
Quem vamos?
Ele toca dias 10, 23 e 25, em Vitória, Brasília e São Paulo.
Do G1, em São Paulo
Paul McCartney anunciou nesta segunda-feira (13), em seu site oficial, que fará três shows no Brasil em novembro. As apresentações do ex-Beatle estão marcadas para os dias 10, 23 e 25 do mês que vem, em Cariacica, Brasília e São Paulo, respectivamente. Em SP, o show será no Allianz Parque; em Brasília, no Estádio Nacional; e, em Vitória, no Estádio Kléber Andrade.
Em SP e em Brasília, os ingressos custam entre R$ 110 (meia, cadeira superior) e R$ 700 (pista premium). Para a capital paulista, as vendas acontecem a partir desta sexta-feira (17) pelo site www.tudus.com.br. Em Brasília, as vendas começam em 22 de outubro. No ES, os ingressos custam de R$ 140 a R$ 800, segundo a produção do evento.
Haverá pré-venda para os fãs cadastrados no site oficial do artista. Os fãs podem comprar ingressos nesta terça (14), a partir das 10h, no Espírito Santo; na quinta (16), a partir das 6h, em São Paulo; e, na próxima terça (21), em Brasília.
McCartney traz ao país a turnê "Out there!", em que apresenta clássicos dos Beatles e dos Wings, além de sucessos da carreira solo e canções do disco "New" (2013). Esta será a primeira vez que o músico vai tocar no Espírito Santo. Ele tocou em oito estados brasileiros nos últimos quatro anos, nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste.
13/10/2014
Só digo o seguinte:
Por Juliana Mota
... tenho MUITOS problemas com o governo Dilma e sou oposição - mas todas as coisas que odeio no governo dela são coisas que sei que o PSDB vai fazer igual ou pior, por exemplo: o tipo de postura do governo em relação ao custo humano e ambiental da Belo Monte, o descaso com a periferia, as alianças com partidos como o PMDB e os velhos coronéis da política, o nepotismo e o desvio de verbas destinadas a programas de base, o alinhamento com a crescente bancada evangélica e a falta de compromisso com a luta contra a homofobia.
Por outro lado, as coisas que considero benéficas serão certamente descontinuadas - como a política externa do Brasil, único ponto de 12 anos de governo petista que eu não tenho críticas a fazer (e não por falta de informação, ao contrário, desde que estudei ciências políticas internacionais tenho pesquisado e acompanhado a trajetória brasileira com muito interesse), o investimento em setores públicos, ESPECIALMENTE educação (área na qual trabalho), e a abordagem econômica voltada para o empoderamento das classes sociais mais marginais, que, ao meu ver, tem funcionado melhor do que as medidas austeras adotadas aqui ou em outros países próximos.
Ainda cabe aí a questão, ao comparar dois candidatos, de observar uma trajetória, e como minorias sociais tem sido tratadas por esses dois políticos e seus partidos. O partido de Dilma infelizmente amarelou e votou contra o polêmico Kit Gay.... mas o PSDB também. E, mais além, Dilma e seu partido NUNCA defenderam a diminuição da maioridade penal, por exemplo, em nenhum momento de sua trajetória política, coisa que Aécio já revelou que não abrirá mão de fazer.
Então eleger Dilma trata-se, para mim, de um voto extremamente lúcido e bem-informado. Quero mudança - mas só se for pra melhor. Votar contra o PT para colocar um partido qualquer é extremamente irresponsável, pra não dizer outra coisa. Voto no PT, voto consciente, e espero que no futuro possa ter uma oposição mais interessante e decente para disputar meu voto.
11/10/2014
Será que voltaremos à estaca zero?
Por Ederson Ramalho
Eu até entendo quando ouço um rico proprietário defendendo o voto no Aécio. É da natureza humana defender o seu quadrado, garantir os seus interesses. Sei o que está por trás do seu apoio, especulo suas reais intenções. Sei que para ele é inconcebível ter que diminuir seu lucro aumentando o salário mínimo ano após ano, ter que gastar para garantir mínimas condições de trabalho ou não conseguirá reter mão de obra. Peão tendo opção? Absurdo.
Entendo também as dondocas esnobes, que odeiam a crescente dificuldade de encontrar escravas domésticas, dispostas a se sujeitar 24h por dia aos seus caprichos, em troca de qualquer migalha. Odeiam ter que dar férias, pagar FGTS, INSS e salário mínimo para ter uma empregada doméstica. Abominam o fato de que suas ex-escravas têm direitos trabalhistas, que registrem ponto e - pasmem! - recebam pelas horas extras! Sem falar no grande sacrilégio de terem que conviver com essa gente diferenciada nos aviões e aeroportos. O jardim do Éden foi invadido.
Mas não entendo quando vejo a população recém promovida a classe média nesse alvoroço de ˜Fora PT˜.
Não me diga que é pela corrupção, pois esta sempre existiu e sempre existirá em tudo que for humano. As mamatas do PSDB não são menores que as do PT e demais partidos, os casos da privatização da Vale e do metrô de São Paulo são só pequenos exemplos. Pior, a grande maioria dessas pessoas que brada não suportar mais corrupção usufrui dela no seu cotidiano - falsifica carteira de estudante, dá propina ao agente de trânsito, sonega imposto de renda, etc. Pelo menos os malfeitos no atual governo estão sendo investigados, expostos e punidos. Coisa que não acontecia antes.
Não venha me falar em golpe comunista, porque não há nenhuma espécie de ameaça à propriedade privada no Brasil. Nem balela de Porto de Cuba - se um país sofre bloqueio comercial de um, compra de outro. Quem investe nessa situação amplia seu alcance comercial e político. E o comércio não está nem aí para ideologias, nem na China nem na Rússia tive dificuldades para encontrar Starbucks e McDonalds. Foi uma boa aposta? Só o tempo dirá, mas todos os governos erram e acertam.
E não, o BNDES não distribui dinheiro, ele empresta e recebe de volta. Nem os bancos públicos estão quebrados, muito pelo contrário, fomentam o crescimento, dão lucros maiores ano após ano, obrigam os bancos privados a diminuírem suas taxas, incentivam o crédito quando os especuladores fecham as torneiras. E incomodam os bancos privados, muito. A Caixa está no calcanhar do Bradesco para tomar seu 3o lugar entre as instituições brasileiras, e isso incomoda bastante.
Não aceito essa balela de “precisamos de alternância no poder”. PSDB por 24 anos sucateado São Paulo pode, PT por 12 anos não pode. Aos paulistas, estou pouco me lixando: sofram da Síndrome de Estocolmo à vontade, abraçados aos seus algozes no cativeiro. Só não me venham com seu discurso preconceituoso e cheio de ódio, com essa filosofia barata. Quem elege Marcos Feliciano com votação recorde não tem direito de criticar o voto de ninguém.
Aí falam que quem vota na Dilma vota por ignorância. Certamente é por isso que temos 95% dos reitores das Universidades Federais apoiando-a. Gente muito ignorante, claro.
Mas o que eu não entendo mesmo é como essa recém promovida classe média perdeu a capacidade de lembrar. Porque eu lembro.
Lembro que 10 anos atrás era muito difícil alguém que não fosse de família abastada fazer uma faculdade. Hoje, com toda sinceridade, não conheço uma única pessoa que diga que quer fazer um curso superior e não tem oportunidade. Seja através do FIES, seja através da expansão das universidades federais. Só em Alagoas, nos últimos anos, a UFAL ganhou campi em todas as regiões do estado. Nunca vi tantos estudantes e pesquisadores ganhando bolsas para desenvolver seu trabalho. Conheço pessoalmente pelo menos 5 pessoas que estão em grandes universidades do mundo pelo Ciências sem Fronteiras - e se você está num desses programas mas não está estudando, sinto muito, o corrupto é você.
Lembro que 10 anos atrás nunca tinha ouvido falar num casal em que cada um ganhasse um salário mínimo tivesse conseguido financiar sua casa própria, pagando uma prestação aceitável e sabendo que conseguiriam chegar até o final. Hoje vejo isso todos os dias.
Lembro como era absurda a ideia de viajar de avião. Fui a São Paulo a primeira vez de ônibus, dois dias na estrada. E entrei num avião pela primeira vez com 25 anos. Felizmente, depois disso não parei mais, meus amigos são testemunhas. Pude viajar pelo mundo, e encontrar tantos brasileiros viajando pelo mundo também, em quantidades prodigiosas. E perceber que tantos outros brasileiros, que tinham migrado, estavam voltando para casa, em número inédito.
Falam que a situação está ruim, que vai tudo desabar, que está tudo uma desgraça. Mas o que vejo são as pessoas trabalhando, estudando, produzindo, melhorando de vida, deixando de passar fome, deixando de sofrer humilhações, ganhando cidadania, pouco a pouco aprendendo que podem e merecem mais.
Sei o que está por trás do mimimi das elites, mas é uma pena ver que esses trabalhadores que melhoraram de vida esqueceram tão rápido de onde vieram e por onde passaram. E, caso apoiem e elejam o Aécio, vão pagar um preço alto por isso: voltar para a estaca zero.
10/10/2014
O ano em que minha família saiu de férias
Por André Honor
Escrevo aqui as minhas lembranças de um ano que explicam todo o meu sentimento. Nunca entendi porque as eleições me abalam tanto. Hoje, começo a compreender o porquê.
Sou caçula de uma família, com um irmão imprensado e uma irmã primogênita. Pai, caixa do Banco do Brasil e mãe, dona de casa.
Sempre tivemos uma vida modesta. Morando em lugares pequenos, comprando Tvs, videocassetes e sons por meio de consórcios. Até que um dia conquistamos uma casa própria comprada com o FGTS do meu pai na cidade de Barbalha-CE. Uma casa boa, ideal para nós: três quartos.
Com muito esforço, meu pai financiou um apartamento em João Pessoa em 1995 onde minha irmã foi morar dividindo as despesas diárias com amigas e uma prima.
Eu fazia 8ª série, meu irmão 1º ano. Os planos eram, no ano seguinte meu irmão iria morar com minha irmã e eu ficaria mais um ano com meus pais.
E veio o PDV – Pedido de Demissão Voluntária – do governo de Fernando Henrique Cardoso. O discurso era que os caixas eletrônicos substituiriam os funcionários.
Tento agora resgatar os fatos cuja memória foi bloqueada mas que a dor ficou guardada. Tinha recém-completos 14 anos, soube que meu pai havia sido sorteado e que portanto ele teria que ou pedir demissão ou pedir transferência. Havia um prazo para isso. Não sei ao certo o que aconteceria se o prazo estourasse. Notícias vinham de suicídio de colegas de banco, e de funcionários que tinham sido transferidos para longe de suas famílias. História mais tristes que a minha, das quais não tenho competência para narrar.
Durante dois meses meu pai trazia listas de cidades com vagas... Pará, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins... Cada lugar mais longe do que o outro. Toda nossa família morando no interior no Crato-CE, inclusive minhas duas avós. E ele lia aquelas listas, eu espiava. Brochuras de companhias de mudanças chegavam aos montes na minha casa. Uma dor que lentamente era injetada em mim. Imperceptível. Meu pai sempre tranquilo, relutava em ir para o sul por causa do frio e da sinusite de minha mãe. E por causa da saudades, porque para ele, o Crato sempre foi o seu coração.
Eu manuseava aqueles papeis e lembro que tínhamos um prazo. Meus pais tentaram ao máximo nos proteger do que ocorria. Minha irmã estava longe. Porém, eu e meu irmão estávamos lá. E até hoje não sei a dor dele, nunca falamos sobre isso. Acho que ele carrega ainda mais do que eu as marcas do que aconteceu. Eu hoje vejo que não entendia bem o que se passava, nem como aquela desumanização de uma família iria ficar gravada no meu peito.
Um dia antes do prazo estourar e irmos morar em São José dos Pinhais no Paraná, meu pai conseguiu uma vaga em Conceição-PB... A mudanças foi feita rapidamente, eu fui morar na casa da minha tia em Barbalha, meu irmão na casa da minha avó no Crato, meus pais em Conceição, minha irmã e m João Pessoa.
E minha mãe, a dona de casa se viu numa cidade minúscula, sem os filhos, com o marido trabalhando o dia todo. Sozinha. Ela dizia estar ótimo lá, cheio de amigos, mas não era verdade. Ela ficava só. Até hoje digo que minha cachorrinha Lady, salvou minha mãe. Ela foi a companhia quando eu não pude ser.
Ao fim do ano de 1995, eu e meu irmão fomos morar com minha irmã em João Pessoa. Tinha 14 anos. E era tudo muito cedo. Cedo demais. Alguma coisa havia se quebrado. A adolescência gritava e eu tinha de ser adulto. E assim foi. Não passávamos fome, mas lembro de um dia que jantamos sopa de ovo e almoçamos pão com doce de leite.
Meu pai queria o que não lhe foi permitido, nem a ele, nem a minha mãe. Filhos formados. Os dois conseguiram. Hoje tem três filhos formados.
Entrei para faculdade de História em 2002. Vi uma UFPB renascer das cinzas. De falta de professores, de salas, equipamento, para uma universidade que em 2006, o departamento de História rejeitou computadores porque já não necessitava. E abriram o mestrado. E surgiu o Reuni e a oportunidade do doutorado. Bolsa-sanduíche em Lisboa. Para quem nunca tinha imaginado que um dia andaria de avião, morar em Lisboa foi realizar um impensável para o terceiro filho de funcionário comum do Banco do Brasil.
Concluí o doutorado em História em Dezembro de 2013. E não creio que tenha sido mérito pessoal. Meu esforço conta, mas se não fosse a política do PT não teria tido a chance. meu pai entrou para um programa de aposentadoria mais cedo do Banco e hoje possui uma nova casa própria.
E ao lembrar tudo isso, talvez você não recorra às lágrimas como faço. Talvez não se comova com nenhuma dessas palavras. Mesmo com os dentes trincados, respeito isso. Mas nunca duvide da minha dor genuína e do fato que o PSDB desmanchou a minha família e o PT a reconstruiu nesses últimos doze anos. Desejo do fundo do meu coração, que oxalá a sua não passe pelo que passou a minha.
Não seja ingênuo. A política move o mundo. Ninguém, nesse mundo de capitalistas, tem direito a nada. Nem mesmo oportunidades. O PT deu essa oportunidade. E é hora de reconhecermos isso, para lutarmos por mais.
Espero, pai, que no dia 26, a história de 2010 se repita. E você me ligue novamente dizendo: “Filho, eu te amo, trabalhei na vitória de Dilma por você.” E quem sabe assim, eu posso realizar o nosso sonho de ter um filho professor universitário.
Obrigado ao PT, em especial a Dilma e Lula.
Com muito amor,
André Honor
Dedico essa carta a todas as famílias de funcionários da USP que hoje enfrentam um processo de PDV.
06/10/2014
Será que eu tô errado?
Definições à parte, sempre fui um "cidadão de esquerda". Da convivência com meu pai, aprendi (e tento ensinar ao meu filho) a ter uma visão de igualdade social. Devorando livros por ele indicados (os mesmos indicados ao meu filho), sempre tive uma preocupação com os cidadãos considerados em desvantagem em relação aos outros e aprendi (e tento ensinar), principalmente, que há desigualdades injustificadas que devem ser reduzidas ou abolidas.
É evidente que a grande maioria das pessoas deseja viver bem e, de uma forma geral, admiro quem faz as coisas corretamente e que resulte em alguma melhoria para a sociedade, independente da corrente política a que possa pertencer, inclusive os que não são "de esquerda"
Quando da fundação do Partido dos Trabalhadores, quando tinha tenros 15 anos de idade, identifiquei-me imediatamente. "O PT que surgiu da organização sindical espontânea de operários paulistas no final da década de 1970, dentro do vácuo político criado pela repressão do regime militar aos partidos comunistas tradicionais e aos grupos armados de Esquerda então existentes." (obrigado Wikipedia).
Após 22 anos de insistência, três derrotas e oito anos de oposição quase sistemática a FHC, Luiz Inácio Lula da Silva chega à Presidência da República, vencendo José Serra, candidato oficial, duas vezes ministro de FHC e uma das principais lideranças do PSDB.
O PT finalmente chega ao poder com inflexão ao centro e sem assustar a direita do país e assume a presidência se dizendo disposto a firmar um pacto social com todos os setores da sociedade para resolver a crise pela qual o país atravessava
Acredito que por isso, o PT deu uma guinada nas suas convicções e o resultado, todo mundo já sabe: mensalão, escândalo dos bingos, Celso Daniel, escândalo dos cartões corporativos...
Sabemos que isso não é exclusividade do PT. Não mesmo! Basta ver o gráfico abaixo que mostra a lista de candidatos barrados pela Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº. 135 de 2010):
Reconheço que está cada vez mais difícil defender o PT. Mas, definitivamente não acho que Dilma e Aécio são "farinha do mesmo saco". Aécio é neoliberal, é de direita! E cidadão de esquerda foge de neoliberal como diabo foge da cruz.
Pra mim, a direita poderia ter força para eleger Aécio, desde que se assuma como direita. Mas ela é tão incompetente no Brasil que promete privatizar Petrobras, propõe um estado mínimo, é contra casamento gay... Dividiu-se. Faça-me o favor!
Aqui cabe uma (grande) pausa.
No Brasil, se você diz que vota em partidos ou ideias defendidas por eles, você corre o risco de apanhar. A maioria defende que se tem que votar em pessoas, não em partidos. Isso é um grande equívoco! O correto seria votar numa ideia que um grupo ou partido defende. Não votar em partidos e sim em pessoas só no Brasil mesmo.
Na Colômbia vota-se em dois partidos dominantes por décadas, Liberal e Conservador. No Uruguai, os partidos maiores vêm desde a época da Guerra do Paraguai. No Chile vota-se na ideia conservadora ou na mais à esquerda.
Antes aqui também era assim. Votava-se na UDN, PSD ou PTB. Por que a mudança? Em 1966, depois que o regime militar foi derrotado em eleições para governador em estados importantes, resolveram acabar com os antigos partidos e criaram a Arena e o MDB.
Como é que um país pode funcionar com tantos partidos? Na confusão criada, a maioria dos eleitores aceita votar em pessoas, não nos partidos e no que defendem. Acho um tremendo mal para o país.
Voltando a esquerda/direita.
Corremos o sério risco de colocar a direita no poder. Votei e votarei em Dilma novamente no segundo turno porque, infelizmente, ela é a única que pode evitar que isso aconteça.
Quem sabe, depois da campanha, Dilma seja determinada para avançar e aprofundar o combate à desigualdade, para garantir a liberdade, os direitos humanos, o estado laico...
Mas esse bla bla bla todo é pra mostrar o meu dilema.
No meu círculo social (família e amigos inclusive), conto nos dedos aqueles que ainda apoiam/votam no PT. E não tiro a razão deles não. Muitos foram severamente prejudicados pela política social/econômica do PT.
Mas e aí? A gente defende os interesses e luta pela igualdade social, melhor distribuição de renda, mais saúde e educação pros mais necessitados ou os nossos?
Sinceramente? Não sei.
Só sei que fico triste ao ver amigos e familiares que não compartilham da minha visão política e fico triste por não compartilhar da visão política deles.
C'est la vie.
Será que eu tô errado?
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