27/10/2011

Iron Maiden: versões de canções da banda para bebês

1319644790_ironmaidenlullabiesA "Twinkle Twinkle Little Rock Star" (http://www.facebook.com/twinkletwinklelittlerockstar) acaba de lançar pelo ITunes o disco "Lullaby Versions Of Iron Maiden" onde estão presentes diversos clássicos da Donzela de uma maneira bem diferente, em forma de canções de ninar.

O Iron Maiden não é a primeira banda a ter suas músicas adaptadas; a "Twinkle Twinkle Little Rock Star" já fez canções de ninar com músicas de diversas bandas como Metallica, Motley Crue, Foo Fighters, The Beatles, Paul McCartney, Pink Floyd, Rush, Led Zeppelin, Journey, Creedence Clearwater Revival, Rick Springfield, Steve Miller Band, Jimmy Buffett entre outros.

Capa e tracklist de "Lullaby Versions Of Iron Maiden":

01. Run To The Hills
02. The Number Of The Beast
03. The Trooper
04. Hallowed Be Thy Name
05. Aces High
06. Fear Of The Dark
07. Wasted Years
08. Can I Play With Madness
09. Seventh Son Of A Seventh Son
10. Flight Of Icarus
11. 2 Minutes To Midnight
12. Where Eagles Dare

Para outras informações acesse o site da Twinkle Twinkle Little Rock Star.

http://www.ttlrs.com/

14/10/2011

O que aconteceu com RAFINHA BASTOS?

Por Marcelo Rubens Paiva

Conheci o cara, meu vizinho, em palcos de stand-up, quando o gênero engatinhava.

Ele dividia bem as tarefas de entreter com DANILO GENTILI, MARCELO MANSFIELD, OSCAR FILHO e outros.

A produção do CQC fez um golaço quando o contratou para a bancada.

Regida pelo meu amigo e experiente MARCELO TAS.

Então, você conhece a cronologia dos eventos.

Estouro no TWITTER, reconhecimento do NYT, DVD entre os mais vendidos, teatros lotados.

Sucesso, ao ponto de ter o próprio teatro, numa Rua Augusta em alta.

E a mão começou a pesar na redação dos seus textos e dos 140 caracteres.

Piadas ofensivas, de mau gosto, rejeitadas amplamente.

O que causou um debate sobre os limites do humor.

Que se lembre, CHAPLIN nunca teve uma piada rejeitada.

Nem IRMÃOS MARX.

Nem 3 PATETAS.

Nem WOODY ALLEN.

Nem MONTY PYTHON.

Nem MILLOR, BARÃO DE ITARARÉ, JUO BANANERE.

Nem GLAUCO, ANGELI, LAERTE, ADÃO.

Nem CHICO ANYSIO.

Nem CASSETA & PLANETA.

Quem faz humor tem noção da fronteira.

RAFINHA perdeu.

Soberba?

Falta de background cultural ou político?

A desculpa da LIBERDADE DE EXPRESSÃO era uma afronta à História.

E o desdém contra o politicamente correto a munição que faltava.

Afastá-lo foi uma saída corajosa da BAND.

Sua conduta manchava o brilho do programa.

Na passeata PELA LIBERDADE, num domingo na Avenida Paulista, ouvi gritarem: “CQC, vai tomar no…” O que me surpreendeu, já que eu imaginava que o programa, com sua ironia política, seu combate à corrupção e descaso público, servisse de exemplo às novas gerações, especialmente aos militantes de causas diversas.

RAFINHA é vítima de uma era em que o meio é da mensagem.

Em que se tuitam as maiores bobagens, sem a censura de uma equipe ou de um editor.

Sem a ajuda de uma hierarquia jornalística, escola com que a maioria dos escritores aprendeu.

Na imprensa escrita, suas derrapadas jamais seriam publicadas.

Como na internet, redes sociais, blogs, somos nossos próprios patrões, cria-se o autor sem editor e controle, sem ética ou manuais de conduta empresarial.

Seu superego é seu dono.

A liberdade da rede pode se tornar danosa aos autores, que não trocam ideias em reuniões de pauta ou redações.

Para ele, a bancada de um programa aio vivo da TV aberta era seu twitter.

E pouco importava a voz da razão e o gosto da audiência.

Na matemática narcisista, quanto mais polêmica, mais seguidores.

Perdeu.

MÔNICA IOZZI foi uma ótima substituta, com sua risada maluca, sua cara distraída, seus olhos esbugalhados.

Além de possibilitar um contra peso às piadas machistas, criar jogo na guerra dos sexos, possibilitar a ironia feminina, abrir campo para o direito de resposta às provocações e cantadas dos colegas.

RAFINHA terá umas férias forçadas para repensar a vida.

E a discussão sobre os limites do humor amadurece

fonte - http://blogs.estadao.com.br/marcelo-rubens-paiva/o-que-aconteceu-com-rafinha-bastos/

Breve homenagem à volta dos carteiros

Rua sem carteiro não é rua.

Mesmo que hoje o mr. Postman me traga mais contas a pagar do que cartas de amor, estava sentindo falta do homem de amarelo na paisagem.

Como esse cara anda. Merecia ganhar uns 5 contos por mês, no mínimo. A maioria ganha abaixo de mil, vê se pode. E o governo concedeu apenas uma miséria depois da greve.

Eis um profissional que merece todo nosso respeito: o sr.carteiro. Sim, tem burocrata dos Correios, alô Brasília, lavando a égua. O nobre carteiro ou o cara do balcão não podem pagar por isso.

A moçada que bota a cara no morro e no asfalto, porém, não ganha o que merece.

Um carteiro sofre. Com os humanos e com os cães a importuná-lo nos países baixos.

Que o diga o querido Henry Chinaski, alterego do velho Charles Bukowski. Aqui no céu como na América.

Falo do livro “Cartas na Rua”, que acabou de chegar às bancas, naquela coleção de bolso, bem mais em conta, da editora L&PM. Recomendo.

Por maior consideração aos homens dos Correios, amigo, os homens que trabalham, que ralam, que vivem o baticum e o lambe-lambe dos selos.

E, por conseguinte, pela volta da carta de amor, minhas queridas.

Tenho sorte de ainda receber esse tipo de missiva. Os carteiros sabem quando conduzem tais mensagens poderosas.

Eles entregam com uma solenidade diferente das contas. Eles notam pela caligrafia. Até o frio número do CEP é escrito com passionalidade, caligrafia deitada do amor e da sorte.

Benvindo às ruas, mr. Postman, e que a nobre missão seja reconhecida um dia de verdade. Com ou sem cães vorazes pelo caminho.

Escrito por Xico Sá às 20h21

07/10/2011

R.I.P.

steve-jobs-morreu

Sebos

O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
(Drummond)

Sim, senhor, o mundo é grande e não tenho uma janela sobre o mar. Assim, não sei como é nos outros cantos, só sei aqui em Pompéia é quase impossível comprar um livro. O “quase” deve-se à única banca de jornal da cidade, que de vez em quando até traz uns títulos bonzinhos — O Silêncio dos Inocentes, por exemplo, foi comprado lá na Tio Patinhas. Capa dura, tá pensando o que? [Na verdade, eu não faço muita questão de tipo de capa, de papel, esses detalhes. É bonito, admito, um exemplar bem trabalhado, chique no último grau, mas não é indispensável.]

Antes da chegada da Internet eu adquiria livros em catálogos: o da Ediouro vivia marcado com círculos feitos a caneta sobre os escolhidos do mês; às vezes os tais escolhidos eram tantos que tinham de passar por um novo processo de seleção, seguindo um critério misto entre financeiro e por tópico. Foi por isso que o livro sobre mitologia, mais caro, venceu a competição sobre um romance, menos interessante, certa vez.

Mas agora, com a Internet, chega a ser covardia a quantidade de títulos disponíveis — desde clássicos de domínio público para download grátis até mega-livrarias online, passando pelos sebos.

“Sebo tornou-se, no Brasil, apesar de algumas objeções, a forma vulgarizada para designar livraria onde se vendem livros usados e raros. O local pode ser também uma banca de jornal, ou simplesmente, um calçadão, ou ainda um endereço na internet. Para Aurelio Buarque de Holanda, Novo Dicionário da Lingua Portuguesa, Nova Fronteira, segunda edição, 1986, sebo é a livraria onde se vendem livros usados e tem como equivalente, caga-sebo. Raimundo Magalhães Junior, Dicionário de Provérbios e Curiosidades, segunda edição, Cultrix, 1974, designa não o local, mas o vendedor: “caga-sebo era, no século passado, o nome que se dava aos vendedores de livros usados. As livrarias em que são vendidos volumes de segunda mão são ainda, hoje, chamadas sebo, mas os vendedores passaram a ser sebistas…”. Assim, também é a interpretação de Cândido de Figueiredo, Dicionário de Língua Portuguesa, primeira edição, vol. II, Livraria Bertrand, que define sebo como alfarrabista, o mesmo que caga-sebo.

Melquisedec Pastor do Nascimento, nome que se tornou sinônimo de livros usados não só em Pernambuco, como no exterior, não gosta de ser chamado de sebista, por achar que a palavra deprecia a profissão, que para ele é tão nobre. Ele se define como un vendedor de livros usados e alfineta: se fosse para chamar assim, deveria ser “caga-sebo”, (denominação original) pois “sebo” é apenas uma variação, uma questão eufemística, da expressão inicial, lembrando que o professor de literatura de Belo Horizonte, Eduardo Frieiro, preferia a denominação “livro-velheiro” (Diario de Pernambuco, 5-12-87, caderno “Viver”, seção B pag.11, artigo de Terezinha Pasqualotto, “Há 50 anos Melquisedec vê a vida passar entre os seus velhos livros.”).

O nome sebo vem do tempo em que não havia ainda energia elétrica e as pessoas liam à luz de velas amarelentas, sujando e engordurando os livros. Daí veio o termo ensebado, sebento. Trecho extraído do livro “Guia dos sebos do Brasil” com autorização do autor, Jorge Brito. A obra referida é uma guia muito bem planejada dos principais sebos do Brasil, um guia de viagem para a aventura do “seboso” (assim é chamado o cliente do sebo).”
[Fonte:
Sebo Osório ]

De acordo com Jorge Brito, então, descobri que sou uma sebosa! E uma sebosa eletrônica, ainda por cima. Livros difíceis de achar, ou mesmo livros fáceis mas por um preço muito menor do que um novo, são o grande atrativo dessas lojas. Nunca me arrependi de nenhuma compra. [Um único livro me decepcionou, mas foi culpa da editora e não do sebo. Era um trabalho desleixado, cheio de erros de digitação e pontuação e a diagramação torta feito uma carta datilografada numa máquina de escrever que caiu da mesa -- mas era o único exemplar de Três Ratos Cegos disponível...]

Enfim, a distância das boas livrarias já não é mais desculpa para não se ler um bom livro na cama.

Fonte: http://batatatransgenica.wordpress.com/2004/05/19/sebos/