14/10/2011

Breve homenagem à volta dos carteiros

Rua sem carteiro não é rua.

Mesmo que hoje o mr. Postman me traga mais contas a pagar do que cartas de amor, estava sentindo falta do homem de amarelo na paisagem.

Como esse cara anda. Merecia ganhar uns 5 contos por mês, no mínimo. A maioria ganha abaixo de mil, vê se pode. E o governo concedeu apenas uma miséria depois da greve.

Eis um profissional que merece todo nosso respeito: o sr.carteiro. Sim, tem burocrata dos Correios, alô Brasília, lavando a égua. O nobre carteiro ou o cara do balcão não podem pagar por isso.

A moçada que bota a cara no morro e no asfalto, porém, não ganha o que merece.

Um carteiro sofre. Com os humanos e com os cães a importuná-lo nos países baixos.

Que o diga o querido Henry Chinaski, alterego do velho Charles Bukowski. Aqui no céu como na América.

Falo do livro “Cartas na Rua”, que acabou de chegar às bancas, naquela coleção de bolso, bem mais em conta, da editora L&PM. Recomendo.

Por maior consideração aos homens dos Correios, amigo, os homens que trabalham, que ralam, que vivem o baticum e o lambe-lambe dos selos.

E, por conseguinte, pela volta da carta de amor, minhas queridas.

Tenho sorte de ainda receber esse tipo de missiva. Os carteiros sabem quando conduzem tais mensagens poderosas.

Eles entregam com uma solenidade diferente das contas. Eles notam pela caligrafia. Até o frio número do CEP é escrito com passionalidade, caligrafia deitada do amor e da sorte.

Benvindo às ruas, mr. Postman, e que a nobre missão seja reconhecida um dia de verdade. Com ou sem cães vorazes pelo caminho.

Escrito por Xico Sá às 20h21

Nenhum comentário:

Postar um comentário