28/02/2009

Quizumba de Banzé


Prosseguindo no maravilhoso carnaval multicultural, ontem fomos ao bairro do Recife, assitir nosso sobrinho Filipe, que toca alfaia no grupo Quizumba de Banzé.

"O som exalava da Rua da Moeda e tomava toda a atmosfera dos arredores. Nada passava imune aos efeitos do batuque. O carro branco com placa de Minas Gerais, contagiado pelo som que se avolumava com a proximidade, freou lentamente, baixou os vidros das janelas e se permitiu passar bons minutos envolvido na música dos instrumentos. A viatura da polícia que fazia a ronda no bairro do Recife Antigo seguiu o mesmo ritual e só voltou ao trabalho quando os olhares surpresos dos demais espectadores soaram críticos. Turistas orientais de passagem sorriram com os olhos apertados e visivelmente intimidados com tanto movimento. No centro das atenções, alfaias, baquetas, abês, mãos, braços, caras e bocas. Um colorido atipicamente harmônico de sandálias de couro e sapatos fechados, bermudas e camisas sociais amarrotadas, tudo batizado com suor.

"Quizumba de Banzé" ou "mistura festiva", na tradução de vocábulos angolanos para brasileiros. Esse é o nome da união das pessoas que fazem música ecoar nas paredes antigas e peculiares do bairro recifense. Nada mais apropriado. O grupo de percussão é um mosaico de idades, cores e ritmos. É um culto ao maracatu, à manifestação cultural e folclórica pernambucana com temperos africanos, indígenas e europeus. A despeito das origens, encanta a gregos e troianos. Quase tudo é híbrido e rico. De simples e pura, só a alegria estampada nas expressões dos maestros." Fernanda Buril (28/01/08).


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