12/03/2010
11/03/2010
Um machado para quebrar o mar de gelo dentro dos homens
Kafka e os livros
Numa carta a Oscar Pollak, em 1904, o escritor Franz Kafka, disse – a meu ver – algo definitivo sobre os livros e o ato da leitura. A seguir, um trecho dessa carta:
“Acho que só devemos ler a espécie de livros que nos ferem e trespassam. Se o livro que estamos lendo não nos acorda com uma pancada na cabeça, por que o estamos lendo? Porque nos faz felizes, como você escreve? Bom Deus, seríamos felizes precisamente se não tivéssemos livros e a espécie de livros que nos torna felizes é a espécie de livros que escreveríamos se a isso fôssemos obrigados. Mas nós precisamos de livros que nos afetam como um desastre, que nos magoam profundamente, como a morte de alguém a quem amávamos mais do que a nós mesmos, como ser banido para uma floresta longe de todos. Um livro tem que ser como um machado para quebrar o mar de gelo que há dentro de nós. É nisso que eu creio.”
Foto: Kafka em 1917.
REDATOR: CRISTÓVÃO FEIL
08/03/2010
O DESAFIO DO PRIMEIRO TRABALHO ACADÊMICO
O DESAFIO DO PRIMEIRO TRABALHO ACADÊMICO >> Maurício Cintrão
Voltar a pesquisar com o compromisso do registro acadêmico é muito diferente do escrever jornalístico. A afirmação parece óbvia, mas só parece. Muitas pessoas olharam para mim com espanto quando eu disse que estava com dificuldades para escrever a reflexão-síntese entregue no último sábado.
No geral, a expressão era de “justo você com problemas em texto?”. É como se a intimidade com a escrita resolvesse qualquer desafio de texto por escrever. No mundo real não é assim. Dependendo da modalidade, o texto é um parto sem anestesia. Há situações em que o neném só sai a fórceps, porque não dá mais tempo para a cesariana.
O texto ao qual me refiro era um “dever de casa” sobre a disciplina “Legislação e Culturas Populares”, um dos módulos do meu pós-graduação em Cultura Popular Brasileira. O resultado ficou interessante, bem diferente do que eu desejava, mas melhor do que eu temia. Vamos aguardar a avaliação do professor, que vai dar prumo para essa prosa. Mas fiquei feliz por ter conseguido entregar no prazo.
Também fiquei contente porque comecei a desenferrujar o raciocínio. Isso é muito importante, especialmente nestes tempos de embotamento da memória e da capacidade de refletir. Seja pela falta de exercício, seja pelos efeitos da idade, eu andava meio lento, feito TV a válvula.
Para quem não conheceu, o televisor à válvula dos primórdios da TV demorava um bocado para ligar (precisava “esquentar”) e apresentava toda a sorte de problemas. A imagem desestabilizava com frequência.
Para assegurar a qualidade da recepção do sinal da TV era preciso usar botões que controlavam “Vertical” e “Horizontal” no aparelho. É difícil explicar isso nos tempos em que se assiste TV no telefone celular, mas era como se a imagem vestisse pijama de vez em quando e ficasse com soluços, pulando. Um horror. Tudo branco e preto, aliás.
Não estou tão mal assim. Pelo menos sou colorido. Mas a capacidade de lembrar é prejudicada feito sinal de TV antiga. Na medida em que o tempo passa, parece que os lapsos tornam-se mais comuns. Será que é só falta de prática? Não sei, vou colocar essa tese à prova daqui para a frente, com a infinidade de artigos, apostilas, livros e documentos a ler, analisar, assinalar e citar em meus próximos textos.
O fato é que passei por grandes apuros para redigir o primeiro texto acadêmico e isso eu não vou esquecer. Feito o sutiã da adolescente na propaganda do passado*, o primeiro desafio acadêmico a gente nunca esquece.
(*) filme comercial de TV criado em 1987 pela então W/GGK, depois W/Brasil, do publicitário Washington Olivetto para o fabricante de sutiãs Valisére. É um dos comerciais com o mais alto índice de lembrança entre telespectadores da época, até entre velhinhos como eu (rs).
Para saber mais, vale ler a monografia “Uma análise dos recursos persuasivos do comercial: ‘o primeiro sutiã’ da empresa Valisère”, de autoria de CINTI, Paulo; FONTANEZZIi, Renata M. M. e VIEIRA, Lucas M., localizado em 08/03/2010 no sítio http://www.facef.br/rec/ed01/ed01_art04.pdf
07/03/2010
02/03/2010
Kiss: vídeo da participação no "Extreme Makeover"
No espírito do Kiss Army, quando o famoso programa da ABC "Extreme Makeover: Home Edition" contou ao legendários roqueiros do Kiss sobre uma família de fãs necessitados em Gainesville, Florida, que começaram uma escola de música em casa sem fins lucrativos enquanto sua própria casa caía aos pedaços, a banda atendeu ao chamado e lançou o ataque durante sua parada em Tulsa na Turnê Norte-americana KISS/Alive 35.
Tobin e Jill Wagstaff, um casal com quatro filhos, operam o Studio Percussion, uma escola que atualmente atende cerca de 200 pessoas, a metade recebe ajuda financeira ou uma bolsa de estudos integral. A escola sem fins lucrativos só tem condições de pagar um salário a Tobin, de 29 anos, então Jill, 32, ainda tem que trabalhar como educadora em uma pré-escola para ajudar a pagar as contas.
A devoção absoluta à família, escola e comunidade, deixa pouco tempo e ainda menos recursos para cuidar da casa, que precisava de reforma urgente. Os pisos e telhados estavam completamente podres e todo o sistema elétrico da casa era defeituoso.
Em apenas sete dias, o time do "Extreme Makeover: Home Edition" liderado por Ty Pennington, a equipe, e a comunidade de Gainesville reconstruiram a casa, enquanto o programa enviou a família à férias surpresa no estilo Rock and Roll.
A família Wagstaff, que é grande fã do Kiss, vôou até Tulsa, Oklahoma, para encontrar a banda, que tocou no BOK Center em Tulsa, no dia 8 de dezembro, como parte da turnê norte-americana KISS/Alive 35 tour, promovendo o "Sonic Boom", o primeiro álbum da banda em 11 anos.
Na manhã seguinte, o Kiss e a família Wagstaff se encontraram na Wilson Middle School em Tulsa. Gibson e Mr. Holland's Opus Foundation presentearam a escola da família Wagstaff com $100.000 em instrumentos Gibson, e a própria escola foi reformada. Alguns dos estudantes de Tulsa até mesmo fizeram a famosa maquiagem do Kiss para mostrar seu apoio.